Economia

Bolsas da Europa fecham em baixa, sob pressão após anúncio de tarifas por Trump

As bolsas europeias fecharam em queda considerável nesta sexta-feira, 2. Os mercados foram afetados pelo anúncio de quinta-feira, 1, do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que imporá tarifas à importação de aço e alumínio. O impacto direto da medida e ainda o risco de desdobramentos mais amplos, com uma guerra comercial, provocaram uma onda de fuga de risco nas praças europeias.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 2,08%, em 367,07 pontos. Na semana, ele teve baixa de 3,70%.

O governo americano evocou questões de segurança nacional para impor as tarifas e promete detalhá-las na próxima semana, quando Trump já pode assinar um decreto sobre o tema. Nesta sexta-feira, os governos da Alemanha e da França teceram duras críticas à posição de Washington e ameaçaram retaliar na Organização Mundial de Comércio (OMC). O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, já detalhou produtos americanos que podem ser alvo de retaliações, entre eles motos da Harley Davidson.

As tarifas e a retórica devem continuar a pressionar o sentimento, segundo a Evercore ISI. Nas bolsas, as ações da maior parte das montadoras europeias recuaram no pregão. Segundo a Evercore, porém, não há motivo para tanta preocupação, já que a tarifa sugeriria uma alta de apenas US$ 7 a US$ 8 por veículo para o mercado doméstico dos EUA, com um custo total de mais US$ 20 milhões a US$ 25 milhões para o setor, nas contas da consultoria.

A bolsa italiana esteve entre as mais pressionadas, também com a cautela antes da eleição de domingo no país. As pesquisas eleitorais apontam para um cenário equilibrado e provavelmente será preciso que os partidos negociem uma coalizão, após a disputa nas urnas.

Na bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou em baixa de 1,47%, em 7.069,90 pontos. Na semana, a praça londrina cedeu 2,41%. Também foi monitorado um discurso da premiê Theresa May sobre a separação do Reino Unido da UE, o chamado Brexit. A premiê defendeu uma “parceria econômica ambiciosa” com o bloco europeu, após a separação. Rio Tinto fechou em baixa de 3,8%, enquanto Glencore, BHP Billiton e Anglo American caíram todas mais de 3%.

Em Frankfurt, o índice DAX recuou 2,27%, a 11.913,71 pontos. Na comparação semanal, o DAX caiu 4,57%. Entre as ações mais negociadas, Deutsche Bank caiu 3,09%, Deutsche Telekom recuou 1,53% e E.ON teve baixa de 2,48%, enquanto Commerzbank perdeu 3,62%. Daimler caiu 2,42%, BMW recuou 1,56% e Volkswagen, 2,16%, entre as montadoras alemãs.

O índice CAC-40, da bolsa de Paris, teve queda de 2,39%, a 5.136,58 pontos. Na semana, o índice recuou 3,40%. Entre os bancos franceses, Crédit Agricole caiu 2,39%, BNP Paribas recuou 2,83% e Société Générale, 2,98%.

Em Milão, o FTSE-MIB fechou em baixa também de 2,39%, a 21.912,14 pontos. A bolsa milanesa caiu 3,35% na comparação semanal. Telecom Italia teve recuo de 2,05% e Intesa Sanpaolo, de 2,16%. Fiat esteve entre as maiores baixas após o anúncio de Trump, em queda de 5,72%.

O índice IBEX-35, da bolsa de Madri, recuou 2,13%, a 9.531,10 pontos, e na semana caiu 2,97%. Iberdrola recuou 2,11%, no setor de energia, e entre os bancos espanhóis CaixaBank e Santander tiveram baixas de 3,17% e 2,18%, respectivamente.

Em Lisboa, o índice PSI-20 caiu 0,17%, a 5.367,16 pontos, recuperando parte das perdas e fechando na máxima. Na semana, o índice teve baixa de 1,88%. EDP Renováveis caiu 0,91% e Ibersol recuou 0,88%, mas Banco Comercial Português se destacou e subiu 4,49%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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