Bolsas da Europa fecham em forte queda com avanço de coronavírus na Itália

As bolsas europeias fecharam o pregão desta segunda-feira, 24, com robustas perdas, à medida que a rápida propagação do coronavírus intensificou temores sobre o impacto da doença na economia global. Na Europa, a maior preocupação é com a Itália, que já registrou mais de 200 casos de coronavírus e sete mortes, segundo a mídia local. O surto se concentra principalmente no norte do país, onde ao menos 11 cidades foram colocadas sob quarentena.

O índice acionário italiano FTSE-Mib liderou as perdas no continente europeu, com um tombo de 5,43% em Milão, a 23.427,19 pontos.

O novo coronavírus já infectou mais de 79 mil pessoas em todo o mundo. A China, onde a doença se originou, ainda é responsável pela maior parte dos casos e óbitos. Nos últimos dias, porém, o contágio avançou não apenas na Itália, mas também na Coreia do Sul e no Irã.

Apesar da disseminação da doença, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, descartou uma pandemia no momento. "No momento, não vemos avanço global incontido do vírus e não vemos mortes em alta escala", disse Tedros. "O vírus tem potencial pandêmico? Com certeza. Estamos lá? Achamos que ainda não", acrescentou.

Com as atenções voltadas para o coronavírus, ficou em segundo plano o inesperado aumento do índice Ifo de confiança das empresas alemãs em fevereiro, para 96,1 pontos. Analistas consultados pelo <i>The Wall Street Journal</i> previam queda do indicador.

Em outras partes da Europa, a desvalorização das bolsas foi igualmente acentuada. O FTSE-100 caiu 3,34% em Londres, a 7.156,83 pontos, enquanto o DAX-30 recuou 4,01% em Frankfurt, a 13.035,24 pontos, e o CAC-40 cedeu 3,94% em Paris, a 5.791,87 pontos. Em Madri, a baixa do IBEX-35 foi de 4,07%, a 9.483,50 pontos, e, em Lisboa, o PSI-20 registrou perda de 3,53%, a 5.197,09 pontos.

O índice pan-europeu Stoxx-600 fechou em queda de 3,79%, a 411,86 pontos, influenciado principalmente por ações de companhias aéreas. A EasyJet, por exemplo, despencou 16,67% em Londres e a Air France-KLM caiu 8,68% em Paris.

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