Economia

Bolsas da Europa fecham em forte queda com impasse entre Grécia e credores

As principais bolsas da Europa encerraram o pregão desta terça-feira, 07, em forte baixa, em mais um dia de tensão nos mercados financeiros globais por causa do impasse entre a Grécia e seus credores internacionais. O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 1,57%, encerrando em 372,74 pontos.

Os mercados financeiros europeus abriram próximos da estabilidade, mas passaram a despencar em meio à aparente falta de progresso nas negociações entre os ministros das Finanças da zona do euro (que formam o Eurogrupo) e a comitiva grega.

Na manhã desta terça, a Grécia apresentou as mesmas propostas que não puderam ser discutidas anteriormente, segundo uma fonte grega. Segundo ele, as propostas não foram discutidas na última reunião do Eurogrupo porque os ministros queriam esperar o resultado do plebiscito realizado no domingo.

Ao apresentar o mesmo plano anterior, a Grécia irritou os negociadores e causou ainda mais aversão ao risco no mercado internacional. “Estou absolutamente espantado com fato de o governo grego não ter proposto nada de novo na reunião do Eurogrupo”, disse Wouter Sturkenboom, estrategista sênior de investimentos da Russell Investments. “Eu acho que o mercado está realmente chocado com a falta de quaisquer novas tentativas de negociar.”

O Eurogrupo irá fazer nova teleconferência amanhã para discutir a Grécia, mas os investidores parecem céticos em relação a este novo encontro. “Já não havia muita esperança de algum avanço hoje. E essa esperança está diminuindo cada vez mais”, afirmou o chefe de estratégia de portfólio na corretora Brewin Dolphin, Guy Foster.

Em meio à aversão ao risco global, os principais índices europeus tiveram baixas de mais de 1,5%, e os investidores do continente fugiram para o dólar e para os títulos do Tesouro dos EUA e da Alemanha.

A maior queda de hoje foi a da Bolsa de Milão, cujo índice de referência cedeu 2,97% e encerrou na mínima do dia, aos 20.958,48 pontos. Além do temor de a atual crise grega contaminar os países periféricos da zona do euro (especialmente Itália, Espanha e Portugal), o índice FTSE-Mib tem forte peso de bancos, que seriam os mais afetados por um eventual colapso grego. O Monte dei Paschi di Siena perdeu 7,48% e o Popolare di Milano recuou 5,78%.

Também fortemente influenciada por instituições financeiras, a Bolsa de Madri fechou em baixa de 1,84%, a 10.346,00 pontos. As ações do Santander caíram 2,26% e do Banco de Sabadell perderam 2,29%.

O índice PSI-20, da Bolsa de Lisboa, atingiu hoje o menor nível de fechamento em cinco meses, com 5.246,41 pontos, queda de 2,24%. Apenas uma ação do indicador fechou em alta – os papéis do conglomerado de construção Teixeira Duarte subiram 2,96%.

O índice FTSE-100, da Bolsa de Londres, também encerrou no menor patamar em quase seis meses, com baixa de 1,58%, aos 6.432,21 pontos, na mínima do dia. Além dos temores com a Grécia, pesaram as ações inglesas o forte recuo do petróleo e as dúvidas acerca do crescimento da China, que afeta empresas de mineração. As ações da petroleira BP caíram 2,55% e da mineradora Glencore cederam 6,87%.

A Bolsa de Paris fechou em queda de 2,27%, aos 4.604,64 pontos, e a de Frankfurt recuou 1,96%, aos 10.676,78 pontos. Em Atenas, as bolsas permanecem fechadas até quarta-feira, em meio aos esforços do governo grego para evitar a fuga de capitais e a forte volatilidade.

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