Economia

Bolsas da Europa fecham em queda após ata do Fed, com Brexit no radar

Os mercados acionários da Europa fecharam majoritariamente em queda nesta quinta-feira, 18, ainda diante da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de quarta-feira. Londres e Paris chegaram a operar no positivo em meio a declarações sobre o Brexit, mas voltaram a recuar diante de uma aversão a risco no cenário, que levou abaixo também os rendimentos dos bônus alemães. O índice Stoxx-600 fechou em queda de 0,51%, aos 361,67 pontos.

O FTSE 100, de Londres, recuou 0,39%, aos 7.026,99 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, registrou queda de 0,55%, aos 5.116,79. Em Frankfurt, o DAX recuou 1,07%, para 11.589,21 pontos, ao passo que o FTSE MIB, de Milão, caiu 1,89%, aos 19.087,53. Em Madri, o Ibex 35 apresentou queda de 1,20%, para 8.889,60 pontos. O PSI 20, de Lisboa, por outro lado, mostrou leve avanço de 0,05%, aos 5.060,36 pontos.

A divulgação na tarde de quarta-feiea da ata da última reunião de política monetária do Fed, em setembro, reforçou a posição hawkish da instituição e de seus dirigentes, o que penalizou os mercados acionários do continente. Durante a manhã, no entanto, as praças europeias reduziram perdas e algumas inclusive migraram para território positivo, como foi o caso da bolsa de Londres, após o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmar em coletiva de imprensa que, caso o Reino Unido decida estender o período de transição após a saída da União Europeia (UE), isso será considerado pelo bloco.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou a repórteres que a extensão do período de transição “poderia ser uma opção” para resolver questões como a fronteira da Irlanda e da Irlanda do Norte, além de ressaltar que as negociações estão sendo “duras” porque estão se aproximando da fase final.

Depois de recuperarem o fôlego brevemente, no entanto, as bolsas voltaram a recuar, enquanto outras acentuaram perdas, em consonância com um movimento de aversão a risco visto também em Nova York, que derrubou os rendimentos dos juros dos Treasuries e também os dos bônus alemães (Bunds).

Em relação à Itália, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, fez breves comentários, ao dizer que o país usou todos os instrumentos de flexibilidade disponíveis. Pouco após o fechamento dos mercados, o jornal local La Stampa destacava que autoridades da UE afirmam em uma carta que o orçamento do país apresenta um “desvio sem precedentes”. O documento teria sido entregue nesta quinta ao ministro da Economia da Itália, Giovanni Tria.

Investidores acompanharam ainda a divulgação das vendas no varejo do Reino Unido, que caíram 0,8% em setembro ante agosto, segundo dados publicados pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) do país. Analistas previam queda significativamente menor, de 0,3%. Já na comparação anual, o setor varejista britânico ampliou as vendas em 3% em setembro, mas a variação também ficou aquém da projeção do mercado, que era de alta de 3,3%.

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