Estadão

Bolsas da Europa fecham em queda, com expectativas sobre BCE e CPI recorde

As bolsas da Europa fecharam em queda nesta quarta-feira, 31. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) atingiu um novo recorde na zona do euro e fortaleceu as expectativas de um Banco Central Europeu (BCE) agressivo contra a inflação na decisão monetária da semana que vem. Em meio a falas de dirigentes da instituição, as projeções para aumento de 75 pontos-base (pb) nos juros básicos aumentam.

O índice pan-europeu Stoxx 600 caía 1,04%, a 415,44 pontos, por volta das 12h50 (de Brasília). Em Londres, o FTSE fechou com baixa de 1,05%, a 7.284,15 pontos, e em Paris, o CAC 40 cedeu 1,37%, a 6.125,10 pontos.

O CPI na zona do euro teve salto anual de 9,1% em agosto, na leitura preliminar, tendo superado o recorde de 8,9% registrado no mês anterior. O resultado ficou acima da previsão de analistas, que esperavam alta no mesmo nível de julho.

Em relatório, a Oxford Economics nota que a inflação no setor de energia teve algum alívio, mas provavelmente ainda não marcou o pico do indicador, dados os aumentos recentes no preço de gás. A consultoria passou a prever um aumento de 75 pb em setembro pelo BCE, 50 pb em outubro e 25 pb em cada uma das decisões de dezembro e fevereiro do ano que vem.

O Goldman Sachs também considera que uma elevação de 75 pb é mais provável que de 50 pb. O banco destaca os comentários mais <i>hawkish</i> por diferentes dirigentes do BCE, na esteira do discurso de Isabel Schnabel no Simpósio de Jackson Hole, no qual reforçou a necessidade de combater a inflação.

Nesta quarta, o presidente do Bundesbank, banco central da Alemanha, Joachim Nagel, voltou a defender alta "forte de juros" na próxima semana e o chefe do BC da Áustria, Robert Holzmann disse à <i>Bloomberg</i> que aumento de 50 pb é "o mínimo" e que 75 pb ainda precisam ser debatidos.

Em Frankfurt, o DAX caiu 0,97%, a 12.834,96 pontos, e em Milão, o FTSE MIB perdeu 1,22%, a 21.559,32 pontos.

Paralelamente, do outro lado do Atlântico, também têm sido monitoradas as sinalizações mais <i>hawkish</i> de autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) que reiteram o compromisso em conter a escalada de preços na maior economia do mundo.

Em relação à crise energética no Velho Continente, como previsto, a Gazprom interrompeu o fluxo de gás pelo Nord Stream, que conecta a Rússia à Alemanha. A justificativa para a pausa na entrega por três dias é manutenção de uma das peças do gasoduto. Na terça, porém, a estatal cortou também o fornecimento de gás à francesa Engie, por conta de uma disputa contratual.

Nas praças ibéricas, o PSI 20 cedeu 0,42%, a 5.995,24 pontos, e o IBEX 35 teve baixa de 1,10%, a 7.892,30pontos, na leitura preliminar.

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