Estadão

Bolsas da Europa fecham em queda, com mais sanções à Rússia e sinalizações do Fed

As bolsas europeias fecharam em firme queda nesta quarta-feira, 6, em meio a novas sanções ocidentais contra a Rússia, além de sinalizações de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) adotará postura mais contundente no combate à inflação.

O índice Stoxx 600, que reúne algumas das principais ações da região, encerrou a sessão em baixa de 1,53%, a 455,97 pontos.

Um dia após a União Europeia propor um quinto pacote de sanções contra Moscou, os Estados Unidos anunciaram nesta quarta uma série de novas punições, diante de acusações de crimes de guerra russos na Ucrânia. Os Estados Unidos proibiram investimentos de americanos no país, bloquearam ativos de dois grandes bancos – Sberbank e Alfa Bank – e miraram ainda algumas estatais.

As tensões geopolíticas se juntaram às perspectivas de política monetária no cenário de cautela que predominou nos mercados. O presidente da distrital do Fed na Filadélfia, Patrick Harker, afirmou nesta quarta que espera "deliberado e metódicos" aumentos de juros este ano. Na terça, a diretora Lael Brainard havia defendido o início da redução rápida do balanço de ativos.

Para o economista-chefe do Lombard Odier, Samy Chaar, o Fed deixou claro que iniciará um acelerado ciclo de aperto. "É possível que o Fed planeje um pouso suave, mas isso seria bastante milagroso", destacou, referindo-se a uma situação em que o Fed controla a inflação sem empurrar a economia dos EUA para a recessão.

Nesse cenário, o índice FTSE, referência em Londres, recuou 0,44%, a 7.580,32 pontos. O Reino Unido também anunciou sanções contra a Rússia, que incluem veto a carvão e petróleo do país.

Na Europa continental, o CAC 40, de Paris, perdeu 2,21%, a 6.498,83 pontos. Por lá, a aversão ao risco é agravada pelas incertezas em relação às eleições presidenciais, cujo primeiro turno acontece no próximo final de semana. Pesquisas recentes indicaram avanço da candidata Marine Le Pen, de extrema-direita, em sua tentativa de bloquear a reeleição do presidente Emmanuel Macron.

Entre outras praças, o DAX, de Frankfurt, baixou 1,89%, a 14.151,69 pontos.

Em Milão, o FTSE MIB cedeu 2,06%, a 24.447,36 pontos.

No radar ainda, o dirigente Fabio Panetta, do Banco Central Europeu (BCE), disse nesta quarta que o crescimento econômico deve ficar "muito baixo" nos próximos trimestres ao longo deste ano. Já o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, reforçou a importância de acelerar a transição para uma economia verde, em meio à crise geopolítica na Ucrânia.

Na Península Ibérica, o Ibex 35, de Madri, caiu 1,64%, a 8.482,10 pontos, de acordo com cotação preliminar.

Em Lisboa, o PSI 20 baixou 0,56%, a 6.066,82 pontos.

<i>*Com informações da Dow Jones Newswires</i>

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