Estadão

Bolsas da Europa fecham em queda, com risco de recessão e tombo do euro

As bolsas da Europa fecharam em queda de mais de 2% nesta terça-feira, 5, depois que dados negativos ampliaram os temores de recessão na região e derrubaram o euro ao menor nível em quase duas décadas ante o dólar.

O índice Stoxx 600, que reúne as principais empresas de capital aberto listadas na região, encerrou a sessão em baixa de 2,11%, a 400,68 pontos.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto do Reino Unido teve inesperada alta em junho, de acordo com a S&P Global. O mesmo indicador, no entanto, caiu na Alemanha e na zona do euro. Para a Capital Economics, o resultado sugere contínuas pressões inflacionárias e redução do crescimento econômico. "Os PMIs compostos finais de junho confirmaram a mensagem do comunicado de que a atividade está diminuindo e que as empresas esperam condições mais fracas à frente", avalia.

Os dados ajudaram a levar o euro às mínimas desde dezembro de 2002, a US$ 1,0260 por volta 12h (de Brasília).

Em relatório sobre condições financeiras, o Banco da Inglaterra (BCE) afirmou que as perspectivas se "deterioraram materialmente" no mundo, após a guerra entre Rússia e Ucrânia alimentar pressões inflacionárias. Para o BC britânico, os desequilíbrios podem enfraquecer ainda mais o crescimento e provocar estresse nos mercados.

O bloco está particularmente exposto a dúvidas sobre a política energética em meio a turbulências no fornecimento de gás natural. O preço da commodity disparou hoje, depois que a Equinor, da Noruega, fechou temporariamente três campos de petróleo e gás onde trabalhadores entraram em greve, em desdobramento que intensifica os problemas regionais de abastecimento.

Nesse cenário, o índice FTSE 100, referência na Bolsa de Londres, caiu 2,86%, a 7.025,47 pontos. O tombo das commodities penalizou sobretudo as ações das petroleiras Shell (-8,49%) e BP (-7,01%), além das mineradoras Anglo American (-8,27%) e Antofagasta (-7,90%).

Em Frankfurt, o índice DAX perdeu 2,91%, a 12.401,20 pontos, enquanto em Paris, o CAC 40 baixou 2,68%, a 5.794,96 pontos. Já em Milão, o FTSE MIB se desvalorizou 2,99%, a 20.705,06 pontos.

Nas praças ibéricas, o PSI 20, de Lisboa, caiu 2,89%, a 5.879,42 pontos. Em Madri, o IBEX 35 cedeu 2,48%, a 7.959,40 pontos, de acordo com cotação preliminar.

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