Estadão

Bolsas da Europa fecham em queda, com temores renovados com atividade após OCDE

Os mercados acionários da Europa fecharam em queda, nesta quarta-feira, em meio a temores renovados com o crescimento econômico após relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cortar a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) mundial este ano. Na véspera da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), o mercado acompanhou indicadores econômicos importantes do Velho Continente.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,57%, em 440,37 pontos.

Michael Hewson, analista-chefe da CMC Markets, comenta que foi mais um dia de fraqueza para os mercados na Europa depois que a OCDE acompanhou o rebaixamento do crescimento feito pelo Banco Mundial na terça-feira. Em relatório divulgado nesta quarta, a OCDE cortou a projeção para o crescimento do PIB mundial este ano, de 4,5% para 3,0%.

Segundo a entidade, o mundo está prestes a pagar um preço "muito alto" pela guerra da Rússia na Ucrânia, com custos que podem se mostrar ainda maiores ao longo do tempo.

"Isso realmente não deveria ter sido uma surpresa, no entanto, os mercados em geral tendem a ver o mundo através de um prisma rosa, que é amplamente separado das experiências das pessoas comuns", analisa Hewson. "Ter os riscos para a economia global, particularmente na Europa e no Reino Unido, descritos de forma tão dura, parece ter gerado maior ansiedade entre os investidores", completa.

Na zona do euro, a organização observa que o crescimento da região deve ser fortemente impactado na primeira metade de 2022 pela guerra e os <i>lockdowns</i> na China. Ainda que haja razão para remover a política monetária acomodatícia, dado o desenvolvimento da inflação, a OCDE aconselha que o BCE o faça de modo "cuidadoso e consciente". Na quinta, a instituição deve manter juros inalterados, mas sinalizará o fim das compras de ativos e abrirá caminho para aumento nas taxas básicas na reunião de julho.

No radar dos investidores, a produção industrial da Alemanha avançou 0,7% em abril ante março, abaixo da alta de 1,0% prevista por analistas. Já o PIB da zona do euro cresceu 0,6% no primeiro trimestre de 2022 ante o quarto trimestre do ano passado, sendo uma revisão positiva em relação à estimativa anterior, que apontava expansão de 0,3%. No entanto, para a Capital Economics, o avanço reverteu apenas uma fração da queda registrada no mês anterior. Em relatório, a consultoria avalia que o setor retardará o crescimento da Alemanha no segundo trimestre.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em queda de 0,08%, em 7.593,00 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 0,76%, a 14.445,99 pontos. Na Bolsa de Paris, o índice CAC 40 perdeu 0,80%, a 6.448,63 pontos. O índice FTSE MIB, da Bolsa de Milão, registrou perda de 0,53%, a 24.236,67 pontos. Na Bolsa de Madri, o índice Ibex 35 ficou perto da estabilidade (+0,01%) a 8.842,70 pontos. Em Lisboa, o índice PSI 20 fechou com perda de 0,23%, a 6.334,92 pontos.

O Credit Suisse alertou que deve registrar prejuízo no segundo trimestre de 2022, em meio aos impactos da guerra na Ucrânia, do aperto monetário e da retirada dos estímulos ligados à pandemia sobre as atividades do banco. Mesmo assim, ações do banco subiram 3,79%, na Bolsa de Zurique.

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