As principais bolsas europeias fecharam quase todas em queda nesta sexta-feira, 30. As praças chegaram a ensaiar uma recuperação mais cedo, mas o tom negativo predominou, com o foco dos investidores em indicadores da região e também em declarações do Banco Central Europeu (BCE).
Os sinais de que o BCE pode em breve começar a recuar em seu ciclo de afrouxamento monetário têm provocado cautela nas bolsas da Europa nos últimos dias. Após o presidente da instituição, Mario Draghi, traçar um panorama positivo para a economia da zona do euro em discursos nesta semana, hoje a vice-presidente do Conselho Supervisor do BCE, Sabine Lautenschläger, disse que é preciso começar a se preparar para normalizar a política monetária. Também nesta sexta-feira, Benoît Coeuré, membro do conselho do BCE, afirmou que a recuperação econômica na zona do euro é cada vez mais ampla, com menor heterogeneidade entre os países do bloco.
Na agenda de indicadores, porém, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro desacelerou de 1,4% na comparação anual para 1,3% em junho, na preliminar divulgada hoje. A taxa foi a menor desde o início do ano, em uma mostra da inflação ainda modesta na região. A meta do BCE é de quase 2%. O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia, teve ganho de 1,1% em maio na comparação anual, em linha com o esperado pelo mercado.
No Reino Unido, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,2% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o quarto trimestre do ano anterior, com expansão anual de 2,0%. O resultado representou uma desaceleração e ficou abaixo do esperado – analistas previam altas de 0,3% e 2,1%, respectivamente.
Na bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 0,51%, em 7.312,72 pontos. Na semana, o FTSE-100 teve baixa de 1,50%. Entre os bancos, Lloyds caiu 1,49% e Barclays, 1,34%. A petroleira BP teve baixa de 1,58%, enquanto entre as mineradoras Glencore e Anglo American caíram 0,49% e 1,10%, respectivamente.
Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,73%, a 12.325,12, e na semana caiu 3,21%. No setor de energia, E.ON teve queda de 1,38%. Entre os bancos, Deutsche Bank caiu 1,90%, mas Commerzbank avançou 0,34%. Bayer recuou 4,1%, após a companhia informar que irá ajustar suas projeções para todo o ano, por causa de grandes estoques no Brasil, efeitos negativos do câmbio e de números mais fracos no segmento de saúde do consumidor.
Na bolsa de Paris, o índice CAC-40 fechou em baixa de 0,65%, em 5.120,68 pontos, e recuou 2,76% na comparação semanal. Crédit Agricole caiu 1,54% e Société Générale teve baixa de 2,91%. ArcelorMittal, por outro lado, subiu 1,04%.
Em Milão, o FTSE-MIB caiu 0,58%, para 20.584,23 pontos, e na semana perdeu 1,20%. Banco BPM perdeu 0,41%, enquanto ENI teve baixa de 1,05%. Telecom Italia recuou 1,28%, entre os papéis mais negociados.
O índice IBEX-35, da bolsa de Madri, fechou em queda de 0,82%, para 10.444,50 pontos, e teve recuo de 1,75% na semana. BBVA caiu 1,84% e Santander teve baixa de 1,98%, entre os bancos espanhóis, enquanto Aena subiu 0,92%.
Em Lisboa, o PSI-20 foi na contramão dos demais e subiu 0,22%, embora na semana tenha recuado 0,92%. Banco Comercial Português avançou 1,07% e Corticeira Amorim subiu 0,59% hoje, enquanto Galp Energia teve alta de 0,38%, mas Altri caiu 2,02%. (Com informações da Dow Jones Newswires)