Estadão

Bolsas da Europa fecham em queda, em meio a preocupações com a economia global

Os mercados acionários da Europa fecharam em queda, com a continuidade da deterioração do sentimento de risco, em meio a novos temores de recessão na economia global, diante da escalada da guerra na Ucrânia e do aperto monetário pelos bancos centrais ao redor do mundo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou suas projeções para a economia mundial em 2023 e passou a prever recessão na Alemanha e na Itália, além da Rússia. Segundo o diretor do Departamento de Pesquisas da instituição Pierre-Olivier Gourinchas a economia global caminha para "águas turbulentas" e, especificamente na Europa, o inverno europeu de 2022 "deve ser desafiador", mas acrescentou que o inverno de 2023 "pode ser pior". Apesar desse cenário, a autoridade recomendou que os bancos centrais "mantenham o passo" no aperto monetário em andamento.

Economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, afirmou nesta terça-feira que, nas próximas reuniões, a instituição pretende elevar as taxas de juros para níveis que assegurem o retorno oportuno da inflação à meta de médio prazo de 2%. "Esperamos aumentar ainda mais as taxas de juros para amortecer a demanda e nos proteger contra os riscos de um aumento persistente nas expectativas de inflação."

No Reino Unido, o Banco da Inglaterra (BoE) anunciou nesta terça mais uma medida para tentar conter o que considera riscos de "disfunções": a autoridade passará a comprar Gilts indexados. Gourrinchas alertou nesta terça que "tem ocorrido turbulências em alguns segmentos" dos mercados britânico.

O Grupo dos Sete (G7) reafirmou nesta terça-feira seu apoio à Ucrânia e disse que continuará a impor custos econômicos à Rússia.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em queda de 1,06%, em 6885,23 pontos.

Em Frankfurt, o índice DAX baixou 0,43%, a 12220,25 pontos.

Na Bolsa de Paris, o índice CAC 40 recuou 0,13%, a 5833,20 pontos. Ações da Renault caíram mais de 2%, após a empresa anunciar que sua parceira Nissan deixará o mercado russo, numa decisão que causará um impacto estimado em 331 milhões de euros no balanço da montadora francesa durante o segundo semestre do ano.

O índice FTSE MIB, da Bolsa de Milão, registrou queda de 0,87%, a 20730,50 pontos.

Em Madri, o índice IBEX 35 recuou 0,75%, a 7357,90 pontos.

Já na Bolsa de Lisboa, o índice PSI 20 fechou em queda de 0,46%, em 5288,80 pontos.

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