As bolsas da Europa fecharam sem sinal único nesta segunda-feira, 17, em uma sessão com algumas recuperações após as fortes quedas da última semana. O destaque foi o avanço da bolsa parisiense, com o turbulento cenário político francês ainda no radar. Além disso, as perspectivas para a política monetária seguiram em foco.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,12%, a 511,65 pontos.
O Citi rebaixou sua recomendação para ações da Europa, de "overweight" (acima da média do mercado) para "neutra", com o argumento de que incertezas políticas estão tomando o centro das atenções. O banco também atribui o rebaixamento ao "significativo estreitamento" dos mercados acionários europeus nas últimas semanas e à possibilidade de mais reversão de posições, em especial em ações do setor bancário.
Para a Eurasia, será impossível para o presidente Emmanuel Macron emergir com uma maioria na Assembleia Nacional, ou mesmo uma minoria dominante de assentos, (agora uma probabilidade de 0%, contra 10% anteriormente).
O cenário base para a consultoria continua um parlamento suspenso (ainda uma probabilidade de 60%), uma probabilidade de 30% de uma maioria para a extrema direita (também inalterada) e agora uma probabilidade de 10% para uma maioria de esquerda unida.
"A segunda-feira viu as ações francesas em modo de recuperação, embora ainda haja algum caminho a percorrer para recuperar o título de maior mercado de ações da Europa, posto que cedeu a Londres na semana passada. A duração deste novo impulso dependerá de quaisquer desenvolvimentos políticos futuros", aponta a AJ Bell. Em Paris, o CAC 40 subiu 0,91%, a 7.571,57 pontos.
"Em Londres, a reunião do Banco de Inglaterra na quinta-feira e a leitura da inflação a meio da semana terão influência. O foco estará nos comentários que acompanham outra previsão de manutenção das taxas e haverá esperanças de que a taxa de crescimento dos preços possa recuar para os mágicos 2% para garantir cortes nos juros em breve", afirma a consultoria. Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,06%, a 8.142,15 pontos.
O economista-chefe do BCE, Philip Lane, disse que a instituição está confiante de que a inflação do bloco cairá de volta para a meta oficial de 2% no próximo ano, apesar de "ruídos" ao longo do caminho.
Já o dirigente do BCE Gabriel Makhlouf afirmou nesta segunda-feira que o fato de que a instituição cortou os juros em 25 pontos-base na reunião do dia 6 não significa um compromisso com uma trajetória particular para a política monetária. Segundo ele, mesmo com a redução as taxas seguem "em território firmemente restritivo" e o BCE continua comprometido com a estabilidade de preços e a meta de inflação em 2%.
Em Frankfurt, o DAX subiu 0,40%, a 18.073,74 pontos. Em Milão, o FTSE MIB avançou 0,74%, a 32.908,05 pontos. Em Madri, o Ibex35 teve queda de 0,30%, a 10.959,50 pontos. Em Lisboa, o PSI20 caiu 0,28%, a 6.519,97 pontos.