As bolsas da Europa fecharam sem sinal único nesta segunda-feira, 16. Os mercados globais buscam orientações diante de dados fracos na China e revisão para baixo de crescimento na União Europeia. A guerra da Rússia na Ucrânia segue no radar dos investidores, com a Finlândia e Suécia tendo anunciado que irão solicitar adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
O índice Stoxx 600, que reúne companhias de todo o continente, ficou próximo à estabilidade e subiu 0,04%, a 433,67 pontos.
Analista-chefe para mercados na CMC Markets, Michael Hewson chama a atenção para o movimento contrário entre as bolsas de Londres e Frankfurt nesta sessão: o FTSE 100 fechou com alta de 0,63%, a 7.464,80 pontos, e o DAX caiu 0,45%, a 13.964,38 pontos.
"O sentimento entre investidores continua sendo de cautela, com o DAX recuando à medida que se torna cada vez mais aparente que a economia chinesa provavelmente permanecerá estagnada por um tempo ainda", diz Hewson, que destaca que os impactos da covid-19 no país asiático não devem ser resolvidos até o verão no Hemisfério Norte.
Já no FTSE 100, o analista pontua que o melhor setor foi o de matérias-primas, apesar do enfraquecimento nos preços das commodities. As mineradores Fresnillo (+4,62%), Glencore (+3,39%) e Antofagasta (+2,52%) ficaram no azul.
Para além das previsões de retomada "morna" na economia chinesa, como fez a Capital Economics, a Comissão Europeia cortou a projeção para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro em 2022, de 4% a 2,7%, e também para 2023, de 2,7% a 2,3%, diante da guerra no continente.
Ainda entre indicadores, a Eurostat informou nesta segunda-feira que o déficit na balança comercial do bloco foi de 17,6 bilhões de euros em março, um recorde na série histórica iniciada em 1999.
Em Paris, o CAC 40 fechou em baixa de 0,23%, a 6.347,77 pontos, enquanto em Milão, o FTSE MIB recuou 0,06%, a 24.033,05 pontos.
Nas praças ibéricas, o PSI 20 avançou 0,64%, a 5741,48 pontos, enquanto o IBEX 35 ganhou 0,19%, a 8.353,70 pontos, conforme dados preliminares.
Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), François Villeroy de Galhau afirmou nesta segunda-feira que a instituição monetária terá uma reunião "decisiva" em junho para tratar sobre a normalização monetária. Ele defendeu que o processo é necessário, com uma inflação mais ampla e mais alta na economia.
Em nota, a Capital Economics avalia que a alta de juros básicos pelo BCE tem um argumento muito mais forte do que a feita em 2011, considerada um erro pela consultoria, diante das perspectivas para os preços no bloco.
Quanto à guerra, Suécia e Finlândia anunciaram que irão solicitar adesão à Otan. O presidente russo, Vladimir Putin, disse não ter problemas com os dois países, mas que uma expansão da infraestrutura militar em tais locais exigiria uma reação, reportou a <i>Reuters</i>.