Estadão

Bolsas da Europa fecham na maioria em baixa, com maior queda em Paris, antes de eleições

As bolsas da Europa fecharam na maioria em baixa nesta sexta-feira, 28, com o maior recuo ocorrendo em Paris. No domingo, 30, será realizado o primeiro turno das eleições parlamentares na França, e as pesquisas apontam resultados que podem pesar para o quadro fiscal nacional, o que poderia ter repercussões orçamentárias em toda zona do euro. Além disso, investidores observaram a publicação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de maio dos Estados Unidos.

O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,24%, a 511,37 pontos.

A emissora francesa LCI revelou os resultados de uma pesquisa conduzida pelo instituto Ifop, que mostrou o partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional com 36,5% das intenções de voto, enquanto a Frente Popular, de extrema-esquerda, aparece com 29%. Bem atrás, a coalizão do presidente Emmanuel Macron soma 20,5%.

Na quinta-feira, o ministro de Finanças da Alemanha, Christian Lindner, disse que pode ser ilegal para o Banco Central Europeu (BCE) intervir se a eleição na França desencadear uma venda massiva de títulos públicos. "Uma forte intervenção do BCE levantaria algumas questões econômicas e constitucionais", disse.

Ele se referiu às ferramentas disponíveis para sob o Instrumento de Proteção de Transmissão (TPI). Seu uso "também testaria o ministro de finanças alemão, para ver se tudo isso continua em conformidade com o direito dos tratados", acrescentou.

O Rabobank lembra que a Comissão Europeia propôs que o Conselho colocasse a França, juntamente com outros seis Estados-Membros, sob o procedimento de déficit excessivo, o que os desqualificaria para o TPI do BCE. Em Paris, o CAC 40 caiu 0,68%, a 7.479,40 pontos.

Da agenda europeia desta sexta, destaque para o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido do primeiro trimestre, que foi revisado para cima e mostrou avanço de 0,7% ante os três meses anteriores, na leitura final.

No outro lado do Atlântico, o PCE norte-americano veio conforme o esperado, mostrando desaceleração gradual da inflação no país. A rápida queda da inflação na zona do euro e nos EUA sugere que a economia global está no fim do período de alta volatilidade, apontou o dirigente do Banco Central Europeu (BCE), François Villeroy de Galhau.

Um decepcionante resultado de receita da americana Nike e um alerta de que suas vendas deverão cair no ano fiscal de 2025 pesaram em ações europeias do ramo de tênis e vestuário esportivo.

A alemã Puma caía 4,72% em Frankfurt, onde o DAX avançou 0,14%, a 18.235,45 pontos, enquanto a multinacional britânica de moda esportiva JD Sports tinha queda de 5,42% em Londres, onde o FTSE 100 caiu 0,19%, a 8.164,12 pontos. A Nokia fechou a compra da americana Infinera, em um acordo avaliado em US$ 2,3 bilhões, e as ações da compradora subiram 1,53% em Helsinque.

Em Milão, o FTSE MIB caiu 0,10%, a 33.154,05 pontos. Em Madri, o Ibex35 cedeu 0,07%, a 10.943,70 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 recuou 0,65%, a 6.480,06 pontos.

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