As bolsas da Europa fecharam na maioria em baixa nesta terça-feira, 13, com expectativas econômicas negativas após o anúncio da Johnson & Johnson de que paralisou seus testes para uma vacina contra a covid-19. Setores sensíveis aos avanços da doença, como as companhias aéreas, tiveram perdas relevantes. O noticiário português, em meio à votação do orçamento de Estado de 2021, levou Lisboa a fechar em alta, sendo a única dentre as principais. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve baixa de 0,55%, a 370,96 pontos.
Por causa de uma doença inexplicada em um dos voluntários – uma situação similar havia ocorrido com as pesquisas desenvolvidas pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford-, a Johnson & Johnson paralisou seus testes por uma nova vacina. Ontem, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, fez anúncios sobre novas medidas contra a contra o coronavírus, mas descartou um lockdown nacional. Em vários países da zona do euro, como a Bélgica, os casos seguem aumentando e levando a preocupações.
No setor aéreo, a queda foi generalizada, com IAG (-4,06%), Easyjet (-2,61%), Ryanair (-2,03%) e Lufthansa (-2,86%) recuando. As companhias vem sendo apontadas como tendo ações dentre as mais suscetíveis ao noticiário sobre o coronavírus. A Airbus registrou baixa de 3,50%, em dia que sua principal concorrente, a Boeing, anunciou que não teve nenhum pedido por novas aeronaves em setembro.
O preço do barril de petróleo registrou ganhos, mas a expectativa econômica negativa prevaleceu nas empresas europeias do setor. BP (-2,07), Royal Dutch Shell (-0,81%), Total (-1,58%), Repsol (-0,97%), Galp (-0,53%) e Eni (-1,95%) caíram, abaixando índices ao redor da região. Em Paris, o CAC recuou 0,64%, a 4.947,61. O FTSE MIB em Milão seguiu a tendência, caindo 0,81%, a 19,558,69 pontos.
Hoje, foi divulgado que a taxa de desemprego britânica subiu para 4,5% nos três meses encerrados em agosto, acima das expectativas. Os investidores ficaram preocupados porque o maior programa britânico de apoio à economia por causa da pandemia expira no fim do mês e deve ter ainda mais impacto no mercado de trabalho.
O cenário britânico é afetado ainda pela semana decisiva para Brexit, marcado pela reunião do Conselho Europeu. Além disso, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andre Bailey, falou hoje perante a Câmara dos Lordes, o que foi aguardado com grande expectativa. Com a questão da imposição de juros negativos no cenário, as ações do Barclays recuaram 3,53%. Em Londres, o FTSE caiu 0,53%, a 5.969,71.
Outros indicadores macroeconômicos foram divulgados no continente. Na Alemanha, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) final caiu 0,2% em setembro ante o mesmo mês do ano passado, confirmando a prévia. Lá também o índice ZEW de expectativas econômicas caiu para 56,1 em outubro, bem abaixo da previsão de 74. Em Frankfurt, o DAX teve queda de 0,91%, a 13.018,99 pontos.
Em Lisboa, o PSI 20 destoou, com alta de 0,90%, a 4,285,52 pontos. Houve anúncio de recuperação econômica em Portugal de 5,4% no ano que vem, após a expectativa de contração de 8,5% em 2020. O governo também prometeu 965 milhões de euros para manter o emprego e ajudar na retomada, afirmando que voltará a atuar com mais se houver necessidade. Portugal vai reduzir o imposto sobre eletricidade no próximo orçamento de Estado, o que ontem já vinha beneficiado empresas do setor, com EDP (+3,20%) e EDP Renováveis (+3,44%) voltando a subir.
Na vizinha Espanha, o IBEX 35 em Madri registrou a maior baixa, em 1,09%, a 6.875,20 pontos. O índice contou com importante baixa no setor financeiro nacional, que envolve desde notícias de fusões à recente divulgação da queda na rentabilidade. Caixabank (-4,86%), Bankia (-4,62%), Santander (-3,32%) e BBVA (-4,53%) caíram.