Estadão

Bolsas da Europa fecham na maioria em baixa, com quadro no Reino Unido e payroll no radar

Os mercados acionários da Europa chegaram a subir em parte do dia, mas houve perda de fôlego nas horas finais do pregão, com fechamento em grande medida negativo. As eleições do Reino Unido seguiram como foco importante, em busca de detalhes sobre como ficará o cenário após a vitória do oposicionista Partido Trabalhista. Além disso, do outro lado do Atlântico o destaque foi o relatório mensal de empregos (payroll) dos EUA, que reforçou um pouco apostas de relaxamento monetário pelo banco central americano, algo que tende a ser benéfico também para as ações europeias.

Como esperado, o trabalhista Keir Starmer comandou seu partido para uma vitória folgada e assumiu nesta sexta-feira, 5, como premiê do Reino Unido. Também em linha com a expectativa, ele confirmou que Rachel Reeves será a ministra das Finanças. Formada pela London School of Economics (LSE) e com passagem pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) no início de carreira, Reeves tem mostrado em sua campanha uma agenda pró-negócios e investimentos privados, recordava o BBH, mas o ING ponderava sobre a "herança" com a qual ela vai ter de lidar, com déficit fiscal e dívida crescentes, o que limita a margem de manobra.

Na Bolsa de Londres, o sinal era de ganhos mais cedo, contudo ela também padeceu da piora vista em outras praças, mais para o fim do dia. Antes, houve reação modestamente positiva ao payroll dos EUA, no qual a geração de vagas superou um pouco a expectativa, mas outros componentes apontavam para perda de fôlego no mercado de trabalho, como a alta na taxa do desemprego e o avanço abaixo do previsto dos salários, o que reforçava perspectivas de corte de juros adiante nos EUA.

Na agenda local, as vendas no varejo da zona do euro cresceram 0,1% em maio ante abril, um pouco abaixo da previsão de alta de 0,2% dos analistas ouvidos pela <i>FactSet</i>.

Entre ações em foco, Glencore subiu 0,47%, após receber aval do Canadá para compra de ativos da Teck Resources. Já Shell recuou 1,50%, após a informação da empresa de que pretende realizar baixa contábil de US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões, com a paralisação de uma instalação de biocombustíveis em Amsterdã, na Holanda, e a saída de um investimento em uma fábrica de químicos em Cingapura.

A Bolsa de Londres fechou em baixa de 0,49%, em 8.203,93 pontos, Frankfurt subiu 0,06%, na contramão, em 18.461,29 pontos, e Paris caiu 0,26%, a 7.675,62 pontos. Milão registrou queda de 0,35%, a 33.987,67 pontos, Madri caiu 0,39%, a 11.023,50 pontos, e Lisboa teve baixa de 0,04%, a 6.678,60 pontos. As cotações são preliminares. * Com informações da Dow Jones Newswires.

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