Estadão

Bolsas da Europa fecham na maioria em baixa, de olho em avanço covid-19

As bolsas da Europa fecharam em baixa, em sua maioria. A exceção foi a Bolsa de Londres, que avançou puxada por petroleiras. A preocupação com avanço da covid-19 segue no radar dos investidores. Nesta sessão, os acionistas acompanharam falas de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).

Hoje, os EUA anunciaram que irão liberar estoques de petróleo para o mercado, em um esforço conjunto com o Reino Unido e outros países. Em uma sessão volátil, a commodity se fortaleceu e puxou as ações de petroleiras. "Embora fosse algo que a gestão de Biden provavelmente não estava esperando, também era totalmente previsível dado que o anúncio foi amplamente telegrafado e não é algo que os EUA possam repetir", diz o analista-chefe de mercados da CMC Markets, Michael Hewson. Em Londres, a mineradora e petrolífera BHP subiu 3,0%, e a Royal Dutch Shell avançou 1,44%. O índice londrino FTSE 100 teve alta de 0,15%, a 7.266,69 pontos.

Os demais índices acionários da Europa ficaram no vermelho, com o pan-europeu Stoxx 600 tendo caído 1,28%, a 479,25 pontos. O resultado de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) divulgados hoje deram algum fôlego aos mercados, mas não foi o suficiente. Na zona do euro, a leitura preliminar do PMI de novembro mostrou avanço na indústria e em serviços, quando a expectativa era de queda.

A Pantheon avalia que, apesar do dado positivo, ainda é consistente com um enfraquecimento do crescimento econômico da região no quarto trimestre. Já para a Capital Economics, o resultado sugere que a recuperação econômica europeia não perdeu impulso, mas os gargalos de oferta e restrições pela covid-19 sinalizam a probabilidade de baixa nos índices futuros.

Na Alemanha, o PMI preliminar de outubro subiu em serviços e caiu menos do que o esperado na indústria. Enquanto no Reino Unido, foi o PMI de serviços que teve queda menor do que a prevista, enquanto o industrial subiu, contrariando expectativas. Em Frankfurt, o DAX caiu 1,11%, a 15.937,00 pontos, e em Paris, o CAC 40 recuou 0,85%, a 7.044,62 pontos.

Entre os dirigentes do BCE, Isabel Schnabel disse considerar plausível que a inflação da zona do euro fique abaixo da meta de 2% no médio prazo. Gabriel Makhlouf, por sua vez, pontuou que é preciso admitir os riscos às perspectivas inflacionárias, caso a alta inflação perdure. Já Klass Knot afirmou que o BCE só deve elevar sua taxa básica de juros depois de 2022.

No BoE, Jonathan Haskel disse que uma política monetária muito relaxada poderia trazer consequências ao Reino Unido. Após o fechamento dos mercados locais, o presidente da instituição monetária, Andrew Bailey, afirmou estar preocupado com a percepção do mercado sobre a resposta do BC britânico à inflação.

Em Milão, o FTSE MIB caiu 1,62%, a 26.939,40 pontos. O PSI 20 recuou 0,40%, a 5.497,53 pontos, em Lisboa e o IBEX 35 teve baixa de 0,07%, a 8.815,10 pontos, em Madri.

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