Os mercados acionários da Europa fecharam nesta sexta-feira, 11, sem direcionamento único, em sessão marcada por previsões econômicas da União Europeia, dados do PIB do Reino Unido, falas de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE), além do relaxamento nas restrições à covid-19 na China no radar.
Em Londres, o FTSE 100, caiu 0,78%, a 7.318,04 pontos, enquanto o CAC 50, em Paris, avançou 0,58%, a 6.594,62 pontos, e o FTSE MIB, em Milão, fechou em alta de 0,25%, a 24.455,57 pontos.
Já em Madri, o índice Ibex 35 caiu 0,43%, a 8.098,10 pontos. Já o índice DAX, em Frankfurt, fechou em alta de 0,56%, a 14.224,86 pontos. Por fim, na bolsa de Lisboa, o PSI 20 apresentou forte queda de 1,66%, a 5.739,34 pontos.
A Comissão Europeia publicou nesta sexta seu relatório de Projeção Econômica do Outono de 2022, que indiciou que o bloco espera que a economia da zona do euro cresça 3,2% em 2022, com desaceleração forte em 2023. A Comissão destaca que o primeiro semestre foi "forte", mas que a Europa entra "em uma fase muito mais desafiadora", com choques provocados pela guerra na Ucrânia que prejudicaram a demanda global e com fortes pressões inflacionárias.
Na agenda de indicadores, o Reino Unido anunciou que o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 0,2% no terceiro trimestre ante o anterior, com alta de 2,4% na comparação anual. Ainda, a produção industrial do país caiu 3,1% em setembro, na comparação anual, mas ainda assim ficando acima das projeções.
Segundo análise da Capital Economics, a recessão começa no país e o governo deverá apertar a política fiscal. Mais cedo, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, confirmou que mais altas são prováveis para os próximos meses. Já a membro do Comitê de Política Monetária (MPC, na sigla em inglês) do BoE Silvana Tenreyro destacou que, para ela, o banco já apertou a política monetária o suficiente para retornar a inflação à meta de 2% no médio prazo, alertando que um alta de juros ainda será sentida pela economia.
Nesta sexta, o comissário europeu para Economia, Paolo Gentiloni, afirmou que espera que a maioria dos Estados da União Europeia (UE) esteja em recessão no quatro trimestre deste ano. As perspectivas de 2023 enfraqueceram, a medida que a previsão é que a UE cresça apenas 0,3% em 2023. Segundo ele, a inflação deve atingir seu pico ainda em 2022. A ideia de contração econômica também foi mencionada pelo vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, que falou que uma recessão técnica é muito provável de ocorrer.
Também nesta sexta, o membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Fabio Panetta argumentou que a União Europeia deve fortalecer os investimentos direcionados para uma segurança energética.
Investidores também mantiveram no radar o anúncio do governo chinês sobre relaxar algumas restrições relacionadas à política de covid-zero, como a redução no período de quarentena para viajantes estrangeiros que chegam ao país e reduzindo o número de testes negativos para entrar no país em apenas um. Segundo análise da Capital Economics, a previsão é que, não há uma certeza sobre as consequências sobre o relaxamento mas, caso bem sucedida, a abordagem poderá dar fôlego ao setor de serviços. Caso não, terá de adotar uma resposta mais rigorosa que poderia ter sido evitada "caso restrições fossem aplicadas antes".