As bolsas da Europa fecharam sem sinal único, em sessão que começou com queda após a cautela com o anúncio do presidente americano, Donald Trump, de que está com covid-19, e terminou esta sexta, 2, com recuperações. O dia teve a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro. O setor de energia foi responsável por algumas das maiores quedas, enquanto o financeiro apresentou melhor desempenho. O índice pan-europeu Stoxx 600 avançou 0,25%, a 362,69 pontos. Em uma semana de retomada, o índice encerrou com ganha 2,02%.
A notícia sobre Trump provocou cautela e menor apetite por risco nos mercados internacionais em geral. Analistas ponderam se isso poder alterar a corrida eleitoral.
Já o CPI da zona do euro veio mais fraco do que o esperado na preliminar de setembro. Embora isso sinalize para manutenção de política relaxada pelo Banco Central Europeu (BCE), o que tende a ajudar os mercados acionários, também é nova mostra das dificuldades para a retomada da inflação em níveis mais saudáveis na área.
O ING comenta em relatório que fatores temporários parecem provocar a fraqueza nos preços, mas também diz que, quanto mais esse quadro perdurar, "mais preocupante se torna". Para o banco, isso dá "muita munição" para a ala "dovish" do BCE argumentar por mais estímulos em dezembro.
Em Londres, a nona rodada de negociações sobre o Brexit contou com sinalizações diversas, e a bolsa oscilou durante o dia. O FTSE 100 fechou em alta de 0,39%, a 5.902,12 pontos. Na semana, o aumento foi de 1,02%. Madrid também registrou avanços na bolsa, e o IBEX 35 subiu 0,35%, a 6.754,50 pontos, em avanço de 1,90% com relação a última sexta-feira.
Em Paris e Milão, as bolsas fecharam praticamente estáveis. O CAC 40 na capital francesa fechou em alta de 0,02%, a 4.823,88 pontos. O avanço semanal foi de 1,99%. No polo econômico o italiano, o FTSE MIB teve uma subida de 0,01%, a 19.064,31, com alta semanal de 1,96%.
Entre os setores, ações de energia recuaram em geral, e o índice para a área registrou baixa de 1,81%, com queda forte do petróleo próxima a 3% em Londres e Nova York. As ações da BP recuaram 1,74% em Londres, e a Total teve baixa de 0,93% em Paris, em dia que o presidente da empresa pediu a líderes europeus que agissem em Moçambique contra grupos armados para garantir a exploração de gás natural pela petrolífera.
Parte importante dos bancos tiveram valorização no dia, com destaque para o BPM, com alta de 5,42% em Milão. O Deutsche Bank avançou 0,66%, e o HSBC em Londres teve alta de 1,18%.
Em Lisboa, o BCP Millenium não seguiu a tendência e fechou em queda de 2,88%, influenciado pelo intenso noticiário sobre o sistema financeiro português. A baixa contribuiu para o PSI 20 registrar a maior queda dentre as principais bolsas, em 0,47%, a 4.086,96 pontos. A alta semanal foi de 2,29%.
Tendência de queda também em Frankfurt, com Volkswagen caindo 1,71%, e a Lufthansa recuando 3,40%. O DAX fechou em baixa de 0,33%, a 12.689,04 pontos. A alta semanal foi de 1,76%.