Estadão

Bolsas da Europa fecham sem sinal único, com guerra na Ucrânia e alta do petróleo

As bolsas da Europa fecharam mistas nesta segunda-feira, 21. A guerra na Ucrânia e seus impactos sobre a economia continuam sendo monitoradas pelos investidores e pesam sobre o sentimento de risco, enquanto a alta do petróleo dá impulso ao setor de energia.

O índice pan-europeu Stoxx500 ficou próximo à estabilidade, com alta de 0,04%, a 454,79 pontos.

A Bolsa de Londres, por sua vez, subiu 0,63%, a 7.451,42 pontos. O avanço dos ativos do petróleo no mercado futuro garantiram ganhos às petroleiras Shell (+4,05%) e BP (+4,05%).

Os papéis da Antofagasta foram os que tiveram maior ganho nesta sessão, de 8,08%, depois da mineradora chilena anunciar que sairia de seu negócio no Paquistão, Reko Diq, recebendo a soma de cerca de US$ 900 milhões no processo, explica a CMC Markets. Anglo American (+6,12%), Glencore (+3,82%) e Rio Tinto (+3,26%) acompanharam o movimento.

"O DAX, por outro lado, está lento, depois que o Bundesbank disse que a invasão da Ucrânia pela Rússia tinha o potencial de prejudicar de forma mensurável a economia alemã e tornar qualquer desempenho econômico no segundo trimestre muito mais fraco do que o esperado devido aos preços mais altos da energia", diz o analista-chefe para mercados na CMC, Michael Hewson. Ainda hoje, foi divulgada a inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da Alemanha, que atingiu nível recorde em fevereiro, com salto anual de 25,9%. A Bolsa de Frankfurt recuou 0,60%, a 14.326,97 pontos, enquanto em Paris, o CAC 40 teve baixa de 0,57%, a 6.582,33 pontos.

No fim de semana, a Rússia usou mísseis hipersônicos em ataque contra a Ucrânia. Na cidade de Mariupol, o governo russo chegou a propor uma saída segura para a população, desde que a administração ucraniana se rendesse – proposta que foi negada pelo país.

Já na capital Kiev, o prefeito relatou "várias explosões" neste domingo. A União Europeia acusou a Rússia de cometer crimes de guerra, mas não sinalizou uma nova rodada de sanções. Em carta ao presidente do Conselho Europeu, o líder do Eurogrupo afirmou que o conflito "está tirando impulso do crescimento e exacerba pressões inflacionárias" na região.

Nesta segunda-feira, a Fitch cortou sua projeção de crescimento global, de 4,2% para 3,5% neste ano, diante da ameaça à oferta de energia pelo mundo com a invasão da Rússia na Ucrânia. Para zona do euro, a agência reviu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5% para 3,0%. Por outro lado, as projeções para preços do petróleo em 2022 e 2023 foram revisadas para cima.

Em Milão, o FTSE MIB subiu 0,52%, a 24.347,60 pontos, enquanto nas praças ibéricas, o PSI 20 avançou 0,07%, a 5.696,41 pontos, e o IBEX 35 caiu 0,34%, a 8.389,20 pontos, conforme dados preliminares.

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