Economia

Bolsas da Europa fecham sem sinal único com comércio, Brexit e Itália

Os mercados acionários da Europa fecharam sem sinal único nesta segunda-feira, 17, à medida que monitoram tanto uma possível escalada das tensões no comércio global quanto questões locais, como o Brexit e a Itália. O índice pan-europeu Stoxx-600 encerrou a sessão em alta de 0,12%, aos 378,31 pontos.

As declarações da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, de que a perspectiva para a economia global tem piorado, reforçam a preocupação com a ameaça de novas tarifas sobre US$ 200 bilhões em importações chinesas feita por Washington.

Fontes informaram ao jornal Wall Street Journal no fim de semana que o anúncio pode ser feito no início desta semana e, com isso, a China poderia recusar o convite para novas tratativas comerciais.

Em meio ao cenário, o DAX, de Frankfurt, registrou queda de 0,23%, aos 12.096,41 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, caiu 0,07%, para 5.348,87 pontos.

Em Londres, o FTSE 100 cedeu 0,03%, para 7.302,10 pontos, também de olho no Brexit e diante da alta da libra sobre o dólar, em meio a relatos sobre como autoridades da União Europeia (UE) poderiam aceitar que o controle alfandegário na fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda seja feito por funcionários do Reino Unido.

Mais tarde, o negociador-chefe da UE para o Brexit, Michel Barnier, afirmou em sua conta no Twitter que um acordo para o divórcio entre o Reino Unido e o bloco europeu é possível se a integridade do mercado único for preservada.

Já a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse que a única proposta para o Reino Unido sair do bloco europeu é o acordo de Chequers, ou Livro Branco, e que agora cabe à UE responder.

Na Itália, no entanto, as declarações do ministro da Economia, Giovanni Tria, de que o déficit não vai ultrapassar 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo Orçamento ajudaram o FTSE MIB, em Milão, que fechou o pregão com ganho de 1,08%, aos 21.111,40 pontos.

O ministro do Trabalho e da Indústria e vice-premiê da Itália, Luigi Di Maio, também afirmou nesta segunda-feira que o Movimento 5 Estrelas não votará por “escudos fiscais”.

Ao mesmo tempo, o Deutsche Bank tem reforçado seus planos para retirar bilhões de euros em ativos de Londres para Frankfurt, diante da complexidade de seus negócios no Reino Unido após o Brexit, informa o Financial Times. O jornal aponta que o banco pode decidir levar cerca de três quartos de seu balanço de 600 bilhões de libras de volta para a Alemanha. As ações do banco avançaram 0,78% em Frankfurt.

Investidores também acompanharam a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, que avançou 2,0% em agosto, na comparação com igual mês do ano passado, na leitura final da agência oficial de estatísticas da UE, a Eurostat, em linha com a previsão de analistas. Na comparação mensal, o CPI subiu 0,2% em agosto ante julho, também como esperado pelos economistas. O núcleo do indicador, que exclui alimentos e energia, ganhou 0,2% em agosto ante julho e 1,0% na comparação anual, como previsto.

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