As bolsas da Europa fecharam sem uma tendência comum nesta sexta-feira, 5, com os investidores ainda digerindo uma série de informações sobre a economia do continente e dos Estados Unidos.
Na Alemanha, a produção industrial avançou 0,4% em junho ante maio, uma cifra acima do esperado pelos analistas (+0,3%). Para a consultoria Capital Economics, porém, a manufatura da maior economia europeia deverá enfrentar uma "tempestade perfeita" no curto prazo, em função da crise energética, com cortes no fornecimento do gás natural russo, e outros fatores.
Em Frankfurt, no fechamento do pregão, o índice DAX fechou em baixa de 0,65% aos 13.573,93 pontos.
Na avaliação da Oxford Economics, as economias da zona do euro passam por uma clara desaceleração, mas o risco de um racionamento por conta dos cortes no fornecimento de gás pela Rússia já é menos preocupante.
O mercado europeu também viveu nesta sexta um dia de expectativa em relação à robustez do mercado de trabalho nos Estados Unidos. A economia dos EUA criou 528 mil empregos em julho e a taxa de desemprego recuou para 3,5% em julho, ante 3,6% em junho. Os dados reforçaram o entendimento de que os EUA não estão em recessão no momento.
Em Londres, um dia após o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) elevar seu juro básico em 50 pontos-base, a 1,75%, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 0,11% aos 7439,74 pontos. O BoE enfatizou que a taxa anual de inflação do Reino Unido atingirá o pico de 13,2% no quarto trimestre, quando a economia britânica também deverá entrar em recessão.
Para o economista-chefe do BoE, Huw Pill, um cenário de estagflação no Reino Unido, similar ao da década de 1970, será evitado por conta do atual regime monetário no país. Ele defendeu o aumento da taxa de juros inglesa, mesmo com recessão, e previu inflação mais alta por mais tempo. No entanto, ressaltou que os investidores não devem supor uma nova alta de 50 pontos-base para setembro. O FTSE 100 da Bolsa de Londres fechou em baixa de 0,11% para 7.439,74 pontos.
Na Itália, segundo informações da Oxford Economics, os mercados apostam que o novo governo manterá uma política fiscal prudente, embora a percepção seja de que o próximo governo, provavelmente de direita, divergirá das promessas atuais e resultará em alguma turbulência no mercado e perda de confiança.
Em Milão, o índice FTSE MIB fechou em baixa de 0,26% aos 22.586,88 pontos.
Em Paris, o CAC 40 cedeu 0,65% aos 13573,93 pontos e, na Espanha, o índice Ibex 35, da Bolsa de Madri subiu 0,16% para 8.173,80 pontos (preliminar).
Em Portugal, o PSI 20 fechou em alta de 0,68% para 6.076,90 pontos.