Estadão

Bolsas da Europa ficam de lado, com BCE e perspectiva de recessão no radar

De ressaca após a decisão desta quinta-feira, 21, do aumento dos juros na zona do euro e ajustando posições, as bolsas da Europa fecharam perto da estabilidade nesta sexta-feira, 22, com o mercado ainda ponderando as expectativas de recessão e o posicionamento do Banco Central Europeu (BCE) após a decisão de política monetária de ontem.

No fechamento dos pregões europeus, o índice pan-europeu Stoxx 600, das principais ações negociadas no continente, subiu 0,31% aos 425,71 pontos.

No Reino Unido, destaque para o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto, que engloba os setores industrial e de serviços, que teve queda de 53,7 em junho para 52,8 em julho, atingindo o menor nível em 17 meses. Apesar da queda, a leitura acima de 50 indica que a atividade econômica britânica continua se expandindo neste mês.

As vendas no varejo no Reino Unido caíram 0,1% entre maio e junho, mas superaram as expectativas do analistas. Em Londres, o índice FTSE 100 terminou com alta de 0,08% aos 7276,37 pontos.

Na Alemanha, o desempenho tanto da indústria como do setor de serviços decepcionou e apresentou contração neste mês, contribuindo para o fraco desempenho da zona do euro. Para a consultoria Capital Economics, os dados de PMI sugerem que a região "está à beira da recessão devido à queda da demanda e ao aumento dos custos", leitura que contrasta com o que disse na quinta-feira a presidente do Banco Central Europeu (BCE).

O governo alemão informou que assumirá uma fatia de quase 30% da Uniper, companhia fornecedora do setor de energia, como parte de um pacote motivado pelo salto recente nos preços de gás natural, diante de menores entregas da Rússia. A ação da empresa caiu quase 30% neste pregão. O Bundesbank, banco central alemão, divulgou que a inflação no país deve seguir elevada e pode inclusive subir mais em setembro. O índice DAX terminou em alta de 0,05% aos 13253,68 pontos.

O mercado agora aguarda os desdobramentos da adoção da ferramenta de antifragmentação (TPI, na sigla em inglês) pelo BCE, que visa diminuir os spreads dos ativos, suavizando o sobe-desce no mercado.

Em Paris, o índice CAC 40 fechou em alta de 0,25 % aos 6216,82 pontos. Na Bolsa de Milão, o índice FTSE MIB subiu 0,30% para 21211,98 pontos. O índice Ibex 35, da Bolsa de Madri subiu 0,49% aos 8.051,60 pontos. Já em Portugal, o PSI 20 subiu 0,89% aos 5937,10 pontos.

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