Estadão

Bolsas da Europa ficam mistas, após CPI do Reino Unido e antes de Fed e BoE

Os mercados acionários europeus fecharam na maioria em alta nesta quarta-feira, 22, enquanto investidores operam em compasso de espera pelas decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). A expectativa majoritária de analistas é de que ambos elevem juros em 25 pontos-base, sendo que a perspectiva com relação ao BoE ocorre na esteira de dados que mostraram que a inflação ao consumidor (CPI) do Reino Unido voltou a ganhar força em fevereiro.

Segundo a ONS, a taxa anual do CPI britânico ficou em 10,4% em fevereiro, ante 10,1% em janeiro. O resultado ficou bem acima da previsão de taxa de 9,9%. Vários analistas esperam alta de 25 pontos-base (pb) na taxa básica de juros pelo BC britânico, levando-a 4,25%, mas também há diversas vozes que ponderam sobre a possibilidade de outros desfechos, sobretudo manutenção da política, diante dos renovados temores de crise bancária.

"O salto inesperado de hoje no CPI do Reino Unido deixou o FTSE 100 abrir em baixa. À medida que o dia avançava, a referência do Reino Unido lentamente voltou ao território positivo, liderada pelo setor bancário e pelos bens de consumo básicos, enquanto o índice procurou recuperar algumas das perdas das últimas semanas", analisa a CMC Markets. Assim, em Londres, o FTSE 100, subiu 0,41% a 7.566,84 pontos. Entre gigantes bancários europeus, o papel do Deutsche Bank caiu 1,79% em Frankfurt e o do HSBC avançou 2,0% em Londres.

A S&P Global Ratings avalia que os bancos europeus têm condições de superar a recente turbulência nos mercados financeiros e que o Credit Suisse é um "ponto fora da curva". A agência de classificação de risco diz ainda que reguladores e banco centrais da Europa vão continuar lidando de forma pragmática com eventuais novas questões de instabilidade financeira.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, por sua vez, disse mais cedo que a instituição não está comprometida a elevar mais seus juros básicos, mas também não encerrou o processo de alta das taxas. Já o dirigente Fabio Panetta afirmou que o BC europeu deverá manter a postura desinflacionária até haver sinais concretos de que a inflação está retornando à meta de 2% ao ano.

Outra decisão no radar dos investidores é a do Fed. "Continuar com uma alta de 25 pontos-base dá a Powell a melhor esperança de preservar o recente mínimo de estabilidade do mercado. Mostra também determinação no combate à inflação e confiança na contenção dos riscos para a estabilidade financeira", avalia o Citi.

Tudo somando, o índice DAX, em Frankfurt, fechou em alta de 0,14%, a 15.216,19 pontos. O CAC 40, em Paris, avançou 0,26%, a 7.131,12 pontos, e o FTSE MIB, em Milão, fechou em queda de 0,12%, a 26.523,33 pontos. Já em Madri, o índice Ibex 35 subiu 0,26%, a 9.072,52 pontos. Por fim, na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 perdeu 0,63%, a 5.833,88 pontos.

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