Estadão

Bolsas da Ásia sobem, com possível alta de juro menor do Fed e China

As bolsas asiáticas encerraram o pregão desta quinta-feira, 1,em alta, após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sinalizar que a entidade vai reduzir o ritmo do seu aperto monetário a partir deste mês, no encontro do próximo dia 14. Além disso, há contínuo otimismo quanto à China, que tem aos poucos relaxado restrições contra a covid-19 no país, em resposta aos protestos que ocorreram nos últimos dias contra a rígida política de covid zero.

O índice Xangai Composto fechou em alta de 0,45%, a 3.165,47 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto subiu 1,26%, a 2.044,10 pontos. Já o Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 0,75%, a 18.736,44 pontos. O Nikkei, da bolsa de Tóquio, teve ganhos de 0,92%, a 28.226,08 pontos, e o sul-coreano Kospi subiu 0,30%, a 2.479,84 pontos.

O Fed vem de quatro elevações seguidas do juro de 75 pontos-base, e as falas de Powell aumentam as chances de que um aumento menor, de 50 pontos-base (pb), ocorra em dezembro – ao menos é o que mostrou levantamento do CME Group após o discurso do banqueiro central. Nesta manhã, a ferramenta indicava 81,8% de probabilidade para alta de 50 pb, à faixa de 4,25% a 4,5%, com os 18,2% restantes para outra alta de 75 pb, ao patamar de 4,5% a 4,75%.

Os comentários do dirigente, portanto, moveram as expectativas do mercado para um aperto monetário mais brando na principal economia do mundo e, por consequência, impulsionaram o apetite por risco nas bolsas. O Citi, no entanto, discorda do posicionamento do mercado.

"Em vez de confiar nas previsões de queda da inflação, Powell está cada vez mais preocupado com o fato de a inflação ter se espalhado para serviços não relacionados a domicílios, com poucas perspectivas de desaceleração na categoria, dados os mercados de trabalho ainda muito apertados. A implicação é um maior foco no crescimento salarial e nos dados do mercado de trabalho e menos foco na desaceleração dos preços dos principais bens", alerta a entidade, que vê a tomada de risco desde ontem como outro risco <i>hawkish</i> à frente, "incluindo do relatório de empregos de sexta-feira".

No cenário local, investidores olham com otimismo para o relaxamento de restrições contra a covid-19 em algumas metrópoles da China que relataram manifestações nos últimos dias, como Guangzhong e Chongqing. Segundo fontes ouvidas pela <i>Reuters</i>, Pequim pode passar a permitir que alguns infectados façam quarentena em casa, uma mudança considerável ante a orientação anterior de isolar comunidades em caso de testes positivos para o vírus.

Os drivers positivos fizeram com que investidores deixassem em segundo plano leituras fracas de índices de gerentes de compras (PMIs) industriais de China e Japão.

Entre outros mercados, o índice taiwanês Taiex teve alta de 0,90%, a 15.012,80 pontos, e o australiano S&P/ASX 200 subiu 0,96%, a 7.354,40 pontos.

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