Economia

Bolsas de Nova York fecham em direções divergentes

As bolsas dos EUA fecharam em direções divergentes nesta quinta-feira, 3 – o Dow Jones e o S&P-500 em alta, embora bastante abaixo das máximas do dia, e o Nasdaq em queda. Na véspera da divulgação dos dados do nível de emprego nos EUA em agosto, o mercado reagiu positivamente à alta dos preços do petróleo e à sinalização do Banco Central Europeu (BCE) de que poderá aumentar seu programa de relaxamento quantitativo da política monetária, tendo em vista expectativas rebaixadas de crescimento e de inflação na zona do euro.

“Hoje nós vimos um banco central piscar em reação à volatilidade nos mercados. A grande questão, agora, é se o Federal Reserve vai fazer o mesmo”, disse Jeremy Batstone-Carr, economista-chefe da Charles Stanley. O Dow e o S&P-500 recuaram das máximas e o Nasdaq passou a cair depois de os preços do petróleo reduzirem seus ganhos.

A perspectiva de mais estímulo à economia fez subirem as bolsas europeias e os preços de commodities como o petróleo e o cobre.

O presidente do BCE, Mario Draghi, disse que os técnicos da instituição agora preveem um crescimento do PIB da zona do euro de 1,4% em 2015, 1,7% em 2016 e 1,8% em 2017; as previsões anteriores, de junho, eram de 1,5%, 1,9% e 2,0%, respectivamente. As previsões para a alta do índice de preços ao consumidor da zona do euro foram rebaixadas para 0,1% em 2015, 1,1% em 2016 e 1,7% em 2017; as projeções anteriores eram de 0,3%, 1,5% e 1,8%. Draghi disse que o BCE está pronto a expandir seu programa de estímulo, caso a desaceleração de economias como a da China e a turbulência nos mercados financeiros prejudiquem o esforço da instituição para fazer a inflação subir.

“Basicamente, Draghi disse que o BCE tem um bufê completo de opções”, comentou Brian Jacobsen, da Wells Fargo Asset Management. Para o estrategista Art Hogan, da Wunderlich Securities, “o foco do mercado parece ter mudado da questão da China para o que os dados econômicos nos dizem sobre a política monetária nos EUA”. Ele observou que um dos fatores para os mercados de ações estarem mostrando alívio nesta quinta-feira é o fato de as bolsas da China estarem fechadas por causa das comemorações dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.

Nos EUA, o número de pedidos de auxílio-desemprego feitos na semana passada alcançou 282 mil, com crescimento de 12 mil em relação à semana anterior; foi a quinta semana consecutiva de crescimento no número de pedidos, que os economistas previam que ficassem em 274 mil. A Challenger, Gray & Christmas informou que o número de demissões anunciadas por grandes empresas ficou em 41.186 em agosto, com crescimento de 2,9% em relação a agosto do ano passado. O número de cortes anunciados nos primeiros oito meses de 2015 alcançou 434.554, com crescimento de 31% em relação ao período janeiro-agosto de 2014.

O déficit comercial dos EUA ficou em US$ 41,86 bilhões em julho; economistas previam um déficit de US$ 42 bilhões. As importações caíram 1,1%, para US$ 230,36 bilhões, e as exportações cresceram 0,4%, para US$ 188,5 bilhões. Dois índices de atividade dos gerentes de compras (PMI) para o setor de serviços foram divulgados nos EUA: o da Markit subiu a 56,1 em agosto, de 55,7 em julho; o do Instituto para Gestão de Oferta (ISM) caiu para 59,0 em agosto, de 60,3 em julho (a expectativa era de 58,4).

Para esta sexta-feira, a expectativa dos economistas é de que tenham sido criados 220 mil postos de trabalho em agosto e que a taxa de desemprego tenha recuado para 5,2%, de 5,3% em julho. “Não faz sentido assumir posições significativas antes dos indicadores de amanhã”, disse Jeffrey Yu, chefe de operações com derivativos de ações do UBS.

O índice Dow Jones fechou em alta de 23,38 pontos (0,14%), em 16.374,76 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 16,48 pontos (0,35%), em 4.733,50 pontos. O S&P-500 fechou em alta de 2,27 pontos (0,12%), em 1.951,13 pontos. Fonte: Dow Jones Newswires

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