Estadão

Bolsas de NY avançam, frente a apetite por risco e alívio nos temores bancários

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta quinta-feira, 30, estendendo ganhos da véspera em sessão ainda marcada pelo apetite por risco e alívio sobre preocupações com o setor bancário. No radar, dados econômicos dos Estados Unidos e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

O Dow Jones fechou com ganho de 0,43%, em 32.859,03 pontos, o S&P 500 subiu 0,57%, a 4.050,83 pontos, e o Nasdaq teve alta de 0,73%, a 12.013,47 pontos. Entre os papéis de destaque, a Netflix avançou 1,93%, a Amazon subiu 1,75% e a Microsoft teve alta de 1,26%.

As altas foram lideradas pelo setor imobiliário (+1,22%) e por tecnologia (1,14%), ao passo que o setor financeiro foi o único do S&P 500 a cair (0,29%). Entre as ações bancárias, o Citigroup avançou 0,26%, o Goldman Sachs subiu 0,13%, o JPMorgan recuou 0,30% e o Bank of America cedeu 1,29%. Nesta quinta, o Fed multou o Wells Fargo (-1,55%) por "supervisão inadequada dos riscos de cumprimento de sanções", no valor de US$ 67,8 milhões.

Na visão da Oanda, o bom desempenho dos mercados acionários nesta sessão demonstra o retorno lento da confiança, enquanto investidores se encaminham para encerrar a segunda semana sem "dramas sérios".

Por volta das 15 horas (de Brasília), a Casa Branca divulgou um comunicado pedindo que reguladores norte-americanos desfaçam medidas adotadas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que abrandaram a supervisão bancária. A medida teria como objetivo reduzir riscos de novas quebras de bancos.

As bolsas chegaram a perder fôlego durante o dia, com o índice Dow Jones invertendo sinal e registrando leves perdas, à medida que investidores monitoravam falas de dirigentes do Fed. Presidente da distrital de Boston, Susan Collins, descartou a possibilidade de cortes nos juros antes do final de 2023 e indicou pelo menos mais uma elevação das taxas. Esta visão foi reforçada pelo presidente da distrital de Richmond, Tom Barkin, que apontou necessidade de juros mais altos caso a inflação persista. Já o presidente da distrital de Minneapolis, Neel Kashkari, observou que os estresses bancários podem levar mais tempo até serem totalmente controlados.

Ainda no radar, dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA e dos pedidos semanais de auxílio-desemprego reforçaram a resiliência da economia. Em meio as notícias, o monitoramento do CME Group sobre apostas para a próxima decisão monetária do Federal Reserve apresentou alta volatilidade durante o dia, encerrando em maior probabilidade de alta dos juros em 25 pontos-base (51,1%) em maio, enquanto a chance de manutenção ficou estimada em 48,9%.

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