As bolsas de Nova York fecharam nesta quarta-feira, 15, mistas, pressionadas pelos temores quanto ao setor bancário, que foram renovados com crise do Credit Suisse, e após uma série de dados locais, incluindo de inflação. Entretanto, a aposta crescente de que o Federal Reserve (Fed) poderá ser mais brando nas próximas decisões de política monetária fortaleceu empresas de tecnologia e moderou a baixa dos índices, fazendo com que o Nasdaq se recuperassem na reta final do pregão.
O índice Dow Jones caiu 0,87%, aos 31.875,17 pontos, o S&P 500 cedeu 0,69%, aos 3.892,18 pontos e o Nasdaq fechou em alta de 0,05%, aos 11.434,05 pontos.
O principal acionista do Credit Suisse descartou a possibilidade de injetar capital no banco suíço, desencadeando um movimento de aversão ao risco que pressionou os índices de Nova York e levou à queda das ações de grandes bancos nos Estados Unidos. As ações do Citigroup caíram 5,44%, seguido pelo JPMorgan, com queda de 4,72%, e do Morgan Stanley, que cedeu 5,09%.
Na visão da Capital Economics, a questão do Credit Suisse deve ser avaliada como um "problema global", sendo uma preocupação muito maior para a economia do que os bancos regionais dos EUA no começo da semana. Os temores foram acentuados com a notícia de que o Banco Central Europeu (BCE) está contatando bancos para questionar a exposição das instituições ao Credit Suisse.
A cautela global também foi negativa para as petroleiras, que caíram diante do tombo do petróleo. A ConocoPhillips teve queda de 6,04%, enquanto a Exxon Mobil recuou 4,97%.
As bolsas também foram prejudicadas por dados mistos dos Estados Unidos, que incluem queda da inflação ao produtor (PPI) e do índice de atividade industrial Empire State, ambos contrariando expectativas do mercado, e das vendas no varejo, que veio de acordo com o previsto.
Por outro lado, as ações de empresas de tecnologia tiveram altas significativas, no contramão dos índices, com a possibilidade de decisões menos rígidas pelo Fed nas próximas reuniões de política monetária. Ao fim da tarde, ferramenta do CME Group já apontava 98,2% de chance de corte de juros, em relação ao patamar atual, até o fim do ano. Neste cenário, as ações da Alphabet tiveram alta de 2,28%, enquanto os papéis da Microsoft avançaram 1,78%.