As bolsas de Nova York fecharam em alta, nesta segunda-feira, 4, com mudança de humor dos investidores no fim do dia. O avanço de ações do setor de tecnologia apoiou o Nasdaq, enquanto os outros dois índices mostraram menos fôlego, em meio a tensões comerciais entre Estados Unidos e China, após o presidente Donald Trump elevar o tom das críticas, culpando Pequim pela pandemia da covid-19.
O Dow Jones fechou em alta de 0,11%, a 23.749,76 pontos, o S&P 500 subiu 0,42%, a 2.842,74 pontos, e o Nasdaq avançou 1,23%, a 8.710,71 pontos. Entre ações importantes, Apple ganhou força e se valorizou 1,41%, enquanto os papéis da Microsoft subiram 2,45%. A Chevron teve ações valorizadas em 2,24%, e a Exxon Mobil viu seus papéis se valorizarem 4,03%. Boeing, por outro lado, recuou 1,43%.
O mercado acionário americano passou boa parte do dia em queda, refletindo a busca por segurança depois que Trump atacou diretamente a China, dizendo que o coronavírus nasceu num laboratório de Wuhan e afirmando que não haverá mais redução de tarifas para exportações chinesas.
"O presidente Trump pode ver a pressão sobre a China como parte vital de sua estratégia antes das eleições de novembro", aponta a Capital Economics. A instituição lembra que o índice de aprovação do governo americano caiu nas últimas semanas para 43% e que o coronavírus claramente "destruiu as esperanças" de Trump vencer com uma economia forte. "Enquanto isso, uma pesquisa recente do PEW descobriu que 66% dos americanos agora têm uma visão desfavorável da China, um aumento de 20 pontos porcentuais desde o início da presidência de Trump".
Apesar das tensões comerciais entre os países se mater elevada até as eleições americanas, em novembro, a Capital Economic acredita que estímulos do Federal Reserve (Fed, banco central americano)e uma recuperação econômica no segundo semestre de 2020 devem levar a maioria dos mercados de ações a subir ainda mais neste ano. "Afinal, apesar da disputa comercial EUA-China, a maioria dos mercados acionários se saiu bem em 2019, em grande parte graças à flexibilização monetária", comenta a consultoria.
Esteve no radar ainda hoje a notícia de que o Tesouro americano pretende emprestar US$ 2,99 trilhões no segundo trimestre, nível recorde, no âmbito das medidas dos EUA para apoiar a economia e os mercados a fim de superar a crise causada pela pandemia. (COM INFORMAÇÕES DO DOW JONES NEWSWIRES)