Estadão

Bolsas de NY fecham em baixa, após volatilidade com payroll misto nos EUA

As bolsas de Nova York fecharam em queda, com um dos principais índices acionários perto da estabilidade, após um pregão volátil. Era grande a expectativa pelo relatório de empregos dos Estados Unidos (payroll), divulgado nesta sexta-feira. Os dados, contudo, vieram mistos, o que gerou oscilações dos ativos ao longo da sessão.

O Dow Jones caiu 0,03%, a 34.746,25, o S&P 500 recuou 0,19%, a 4.391,34, e o Nasdaq teve baixa de 0,51%, a 14.579,54. Na semana, os índices subiram 1,22%, 0,79% e 0,09%, respectivamente.

Em setembro, o mercado de trabalho americano gerou 194 mil empregos. Mas a previsão era de 500 mil novos postos. Apesar disso, os dados de criação de vagas em agosto e julho foram revisados para cima. "As ações dos EUA não sabiam como reagir a um relatório complexo de empregos", comenta o analista da Oanda Edward Moya.

Apesar do número abaixo do esperado no mês passado, as revisões em períodos anteriores devem permitir que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anuncie em novembro o <I>tapering</I>, como é chamado o processo de redução gradual das compras de ativos.

"Se o relatório do próximo mês também apresentar um ritmo lento de contratação, Wall Street pode se tornar mais cético em relação a qualquer aumento nas taxas de juros no final do ano que vem", afirma Moya, da Oanda.

Na próxima semana, o mercado deve acompanhar de perto a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, já que o payroll mostrou um aumento das pressões salariais, o que pode se refletir em uma aceleração inflacionária.

Essa volatilidade das bolsas ocorre um dia depois de os índices acionários terem reagido com forte alta ao acordo fechado no Senado americano para elevar o teto da dívida até dezembro. Essa solução temporária, que gerou alívio em investidores que temiam um calote do governo dos EUA nos próximos dias, apenas adiou o impasse político entre democratas e republicanos no Congresso.

No S&P 500, um dos únicos setores que fecharam em alta foi o de energia (+3,12%). O subíndice foi impulsionado por ações como o da petroleira Chevron (+2,24%), que foram beneficiadas pelo aumento do preço do barril de petróleo. A commodity tem sido apoiada pela oferta restrita de combustíveis fósseis, que tem gerado crises energéticas pelo mundo.

Os papéis do Facebook, por sua vez, avançaram 0,25%, em um dia no qual a rede social criada por Mark Zuckerberg e o Instagram, adquirido pelo bilionário, enfrentaram instabilidade pela segunda vez na semana.

Ainda no setor de tecnologia e serviços de comunicação, a ação da Apple caiu 0,27%, a da Amazon cedeu 0,42% e a da Alphabet, dona do Google, registrou alta de 0,40%.

Nesta sexta, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) anunciou um acordo entre 136 países para cobrar um imposto mínimo global de 15% das multinacionais a partir de 2023. A proposta já havia recebido o endosso do G7 e do G20.

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