Estadão

Bolsas de NY fecham em baixa, com Fed e perspectivas econômicas em foco

As bolsas de Nova York fecharam em baixa, após oscilarem perto da estabilidade durante grande parte do pregão. Investidores acompanharam as falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed), após o Departamento do Trabalho dos EUA apontar redução acima do esperado nos pedidos de auxílio-desemprego no país na semana passada.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,43%, aos 34879,84 pontos, o S&P 500 caiu 0,46%, para 4493,32 pontos e o Nasdaq recuou 0,25%, para 15248,25 pontos.

Na visão da Edward Moya, analista da Oanda, o S&P 500 não fará um grande movimento "a menos que a inflação aqueça ou que a variante delta desacelere para que a economia possa retomar a reabertura". Para ele, os pedidos de auxílio desemprego semanais indicaram uma continuidade na retomada, sinalizando que "as perspectivas para o mercado de trabalho continuam otimistas".

Hoje, a diretora do Fed Michelle Bowman afirmou, segundo a <i>Reuters</i>, que continua "otimista com a expansão", e que se os dados chegarem como espera, "provavelmente será apropriado para nós começarmos o processo de reduzir nossas compras de ativos este ano", avaliou a dirigente sobre o processo conhecido como "tapering". Bowman é mais uma no Fed que avalia que o payroll fraco de agosto não deve mudar os planos da autoridade monetária.

Durante o dia, outros dirigentes do Fed discursaram: o presidente da distrital de Chicago, Charles Evans, afirmou que tem visto crescimento econômico "forte" nos Estados Unidos, mas ponderou que os desafios gerados pela pandemia de covid-19 ainda persistem. Para o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, a economia dos EUA se mantém numa "posição bastante forte" e a disseminação da variante delta da covid-19 não interrompeu ou reverteu a recuperação do país, ainda que tenha "definitivamente desacelerado o ritmo de progresso". Ele acredita que o Fed conseguirá iniciar a gradual redução de suas compras de ativos ainda este ano, embora não espere que uma decisão a respeito seja tomada na reunião de política monetária de 21 e 22 de setembro.

Na contramão do mercado, as ações de aéreas tiveram fortes ganhos, em dia no qual revisaram suas perspectivas para o terceiro trimestre levando em conta o impacto da variante delta. American Airlines (+5,59%), Delta Airlines (+3,63%) Jet Blue (+4,01%) e United Airlines (+2,31%) ajudaram a limitar as perdas.

As ações da Tencent e da NetEase ficaram pressionadas durante a sessão, depois que os reguladores relembraram as empresas da repressão contra o tempo de uso videogame para crianças na China, aponta Moya. Além do aperto mais recente de Pequim, a Cathie Woods Ark cortou drasticamente suas posições com empresas chinesas e está se concentrando em empresas aliadas do governo, segundo o analista. "Os bolsos de Wall Street estão fugindo de investir com qualquer um relacionado à China e isso não pode ser bom para o apetite pelo risco", conclui Moya.

As ações da Biogen caíram 6,65%, em dia marcado por anúncios negativos sobre o polêmico medicamento contra Alzheimer da farmacêutica.

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