As bolsas de Nova York fecharam em baixa, no começo de uma semana marcada pelas decisões dos principais bancos centrais ao redor do mundo. A expectativa por um maior aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed) pesa, enquanto investidores buscam compreender os próximos passos da autoridade. Além disso, o temor com a variante ômicron do coronavírus segue gerando cautela, e ações ligadas a viagens tiveram uma sessão de importantes baixas.
O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,89%, aos 35650,95 pontos, o S&P 500 caiu 0,91%, aos 4668,97 pontos, e o Nasdaq baixou 1,39%, aos 15413,28 pontos.
Para o Nomura, o Fed deve anunciar que irá dobrar o ritmo da retirada de estímulos da economia. Em 2022, a análise espera dois aumentos da taxa de juros no segundo semestre do ano – em setembro e em dezembro. Para o banco, o Fed age na tentativa de evitar que a inflação se enraíze na economia, mas avalia que os EUA vivem já um "um ponto de inflexão da inflação à medida em que o crescimento continua forte". Hoje, pesquisa divulgada pelo Fed de Nova York apresentou aumento nas expectativas de inflação de curto prazo, passando de 5,7% em outubro para 6%, e queda na de médio prazo (4% ante 4,2%), sendo este o primeiro declínio desde junho deste ano.
Sobre a sessão, Edward Moya, analista da Oanda aponta que "as ações estavam sob pressão, já que muitos investidores começaram a temer uma vida de trading sem uma rede de segurança do Fed". A "fúria da decisão sobre as taxas do banco central nesta semana provavelmente mostrará que as ações terão que subir sem a ajuda dos bancos centrais", projeta. Para Moya, a volatilidade permanecerá elevada ao longo de todas as decisões de taxas desta semana, que além do Fed, conta com as autoridades monetárias da zona do euro, do Japão e do Reino Unido.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou hoje que o país registrou a primeira morte por causa da variante ômicron. Aéreas tiveram quedas importantes, com American Airlines (-4,94%), Delta Air Lines (-3,43%) e United Airlines (-5,24%) caíram. Booking (-3,88%) e Airbnb (-5,20%) também recuaram. Outro destaque foi a Tesla, que recuou 4,98%, em um movimento que analistas interpretam como uma potencial correção depois da forte valorização da empresa nos últimos meses.