Estadão

Bolsas de NY fecham em baixa, com temor por inflação e sequência de aperto do Fed

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta quarta-feira, à medida em que as preocupações com a inflação e uma possibilidade de desaceleração da economia norte-americana geraram cautela para investidores. A sequência de aperto monetário Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) é alvo de atenção, em um dia no qual dirigentes voltaram a reforçar os sinais de novas altas de juros pela autoridade.

O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,54%, em 32.813,23 pontos, o S&P 500 caiu 0,75%, a 4.101,23 pontos, e o Nasdaq recuou 0,72%, a 11.994,46 pontos.

Para Edward Moya, analista da Oanda, as ações ficaram negativas conforme cresciam as expectativas de que o Fed não diminuiria sua campanha de aumento de taxas após dados econômicos sólidos dos EUA.

A economia dos EUA ainda parece muito forte e isso significa que o Fed pode precisar manter o ritmo de alta de 50 pontos porcentuais além do verão do hemisfério norte, avalia. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) americano medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM) de Chicago subiu a 60,3 em maio, contrariando a previsão de queda a 55,9, e a confiança do consumidor medida Conference Board caiu menos que o esperado neste mês.

No entanto, Moya aponta que o clima em Wall Street está ficando muito negativo, já que a economia caminha para uma fase difícil. Comentários do CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, de que a economia está caminhando para um "furacão" também pesam no sentimento, indica.

Com relação aos temores de uma recessão, o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, ressaltou nesta quarta-feira que, em conversas com empresas, elas falam sobre o risco de eventual.

Por outro lado, ele afirmou que a demanda americana ainda está forte. "Não vejo nada nos dados que me faça ficar preocupado com o consumo", ponderou.

Neste cenário, Moya avalia que a recuperação do mercado de ações da semana passada parece estar em perigo, já que o Fed pode não ter nenhuma justificativa para mais alguns meses para se tornar mais conservador com o aperto da política.

Entre as empresas, um destaque foi a queda da Meta, que caiu 2,58%. Nesta quarta, Sheryl Sandberg anunciou em um blog que deixa o cargo de COO do Facebook, cargo que ocupou por mais de uma década, no qual lidava com as operações da rede social.

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