Estadão

Bolsas de NY fecham em baixa, com temor por inflação, guerra e covid na China

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta segunda-feira, 11, em um cenário no qual a inflação segue preocupando investidores nos Estados Unidos. Os desdobramentos da guerra na Ucrânia seguem sendo avaliados na medida em que o conflito persiste, enquanto a postura da China para lidar com a covid-19 aumenta receios sobre a cadeia global de suprimentos. A divulgação amanhã do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano de março é aguardada com ansiedade, em uma semana que conta ainda com a abertura da temporada de balanços no país.

O índice Dow Jones fechou em baixa de 1,19%, em 34.308,08 pontos, o S&P 500 recuou 1,69%, a 4.412,53 pontos, e o Nasdaq caiu 2,18%, a 13.411,96 pontos.

Na visão de Edward Moya, analista da Oanda, as ações caíram conforme o sell-off do mercado de Treasuries continuou à medida que os investidores se preocupavam com o aperto monetário agressivo do Federal Reserve (Fed) e a China continua lutando com seu último surto de covid-19. Os papéis de tecnologia estiveram entre os mais penalizados, contando com recuos importantes, como Meta (-2,64%), Apple (-2,55%) e Microsoft (-3,94%). "Wall Street está preocupada que a inflação acabará por destruir todo o potencial de crescimento que deveria acontecer neste ano", aponta o analista.

A inflação pode atingir o pico em breve, mas a guerra na Ucrânia e os crescentes lockdowns da China continuarão a gerar problemas na cadeia de suprimentos, afirma Moya. Hoje, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, apontou que a administração espera uma leitura do CPI de março "extraordinariamente" alta em grande parte pelos impactos do conflito na Ucrânia. Por sua vez, acompanhando a queda nos preços do barril de petróleo, as ações do setor tiveram importantes quedas hoje, como Chevron (-2,61%) e ExxonMobil (-3,44%).

"A fraqueza nos gastos do consumidor está surgindo e é por isso que muitos corretores de ações estão entrando no modo de redução de risco. Este é um ambiente difícil para querer manter o risco e pode continuar assim até que os investidores acreditem que o Fed pode não ser tão agressivo com a política de aperto", avalia Moya.

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