As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta segunda-feira, 7, em sessão marcada pelas repercussões da guerra na Ucrânia, incluindo um potencial embargo aos hidrocarbonetos russos. A perspectiva de petróleo mais caro e uma possível estagflação global pesou nos mercados, enquanto analistas buscam avaliar os impactos para as ações. O avanço nos preços pode pesar ainda mais nas pressões inflacionárias, levando a uma reação mais agressiva do Federal Reserve (Fed).
O índice Dow Jones caiu 2,37%, a 32.817,38 pontos, o S&P 500 cedeu 2,95%, a 4.201,09 pontos, e o Nasdaq teve baixa de 3,62%, a 12.830,96 pontos.
Segundo Edward Moya, analista da Oanda, as ações estenderam quedas depois que um projeto de lei bipartidário no Congresso americano ganhou impulso para proibir as importações de energia da Rússia e que uma terceira rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia não rendeu grande avanço. A Capital Economics lembra que os choques do petróleo causaram problemas para o mercado de ações no passado. O caso da guerra Iraque-Kuwait da década de 1990 mostrou a rapidez com que o sentimento dos investidores pode se deteriorar – e até que ponto as ações podem cair – após um forte choque no fornecimento de petróleo causado por eventos geopolíticos, aponta.
Na ocasião, o S&P 500 recuou 15% após a invasão do Kuwait, que foi acompanhada por uma alta de 100% nos preços do barril. "Com a inflação já alta, qualquer coisa que contribua para isso pode fazer com que o Fed tenha que apertar um pouco mais para trazê-la de volta ao controle, assim como fez no início dos anos 80. Isso significou sérios problemas para o mercado de ações", avalia a Capital Economics. O UBS também vê a possibilidade de um cenário mais pessimista para as ações, com menor expectativa para lucros corporativos e riscos geopolíticos elevados, um quadro no qual a meta para o S&P 500 é de 3.700 pontos, cerca de 15% abaixo dos níveis atuais.
Entre as empresas, ações de tecnologia estiveram entre algumas das principais perdas, com destaque para Meta (-6,29%) e Amazon (-5,62%). A Moderna seguiu sua trajetória recente de queda, acompanhando o abrandamento da pandemia, e recuou 7,33%. Por outro lado, observando o barril, algumas petroleiras subiram, caso de Chevron (+2,14%) e ExxonMobil (+3,60%).