Estadão

Bolsas de NY fecham em baixa, pressionadas por ata do Fed e perspectivas para juros

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta quarta-feira, 22, em uma sessão na qual a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pressionou as ações. O documento expressou preocupações persistentes dos dirigentes da autoridade com a inflação, e apontou que há apoio dentro do conselho de política monetária da autoridade para eventuais novas altas de juros caso os preços sigam longe de retornar à meta.

No fechamento, o índice Dow Jones caiu 0,51%, aos 39.671,04 pontos; o S&P 500 recuou 0,27%, aos 5.307,01 pontos; e o Nasdaq perdeu 0,18%, aos 16.801,54 pontos.

Vários dirigentes do Fed mencionaram na última reunião da autoridade a disposição de apertar ainda mais a política monetária caso os riscos para a inflação se materializem de uma forma que tal ação se torne apropriada. Como resultado, a curva futura voltou a embutir chance mais provável de o Fed cortar juros apenas uma vez este ano, embora as apostas estejam dividas. É o que mostra a plataforma de monitoramento do CME Group, que captou a mudança após a divulgação da ata da autoridade monetária.

A ata do Fed veio "hawkish", na visão do BMO Capital Markets. O banco, no entanto, explica que já esperava esse tom mais agressivo, uma vez que o documento se refere à reunião de política monetária encerrada em 1º de maio – portanto, antes da divulgação dos dados de inflação e varejo mais fraco referentes a abril. Os indicadores de abril devem ter atenuado algumas das preocupações apontadas pelos dirigentes, avalia a Capital Economics.

Segundo a <i>Bloomberg</i>, o CEO do Goldman Sachs, David Solomon, espera que o Fed não corte as taxas de juros neste ano, em meio a uma economia que se mostrou mais resiliente graças aos gastos do governo. "Ainda não vejo dados convincentes para ver que vamos cortar as taxas aqui", afirmou.

Ações de grandes farmacêuticas ligadas à produção de vacinas tiveram fortes altas em Nova York, com destaque para o avanço de 13,67%% dos papéis da Moderna. A empresa vem acumulando ganhos nas últimas sessões, e chegou ao seu oitavo dia consecutivos de ganhos. Outra alta de destaque foi da Novavax, que subiu 5,30%.

A Pfizer avançou 3,64%. As preocupações com o avanço da gripe aviária, com novos casos entre humanos sendo registrados, são apontadas como catalisadores.

Outro destaque foi a expectativa pelo balanço da Nvidia, marcado para ser divulgado após o fechamento dos mercados. As ações da empresa recuaram 0,46% na sessão, com os sinais da empresa para seus desenvolvimentos de inteligência artificial sendo potenciais catalisadores de uma série de ações, principalmente de tecnologia.

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