As bolsas de Nova York estenderam as perdas da quarta-feira e fecharam em baixa nesta quinta-feira, 17, pressionadas pela disparada nos rendimentos longos dos Treasuries. O movimento ocorre enquanto o mercado pondera sobre o futuro da trajetória de juros dos Estados Unidos, após a publicação na quarta da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) lida como <i>hawkish</i> por analistas.
O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,84%, aos 34.473,90 pontos; o S&P 500 recuou 0,78% aos 4.370,13 pontos; e o Nasdaq caiu 1,17%, aos 13.316,93 pontos.
As bolsas abriram em alta na esteira do recuo nos pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA, mas o sentimento foi se deteriorando ao longo do dia, ao mesmo tempo que os retornos dos títulos públicos americanos na ponta longa atingiram máximas em mais de uma década. A alta nos rendimentos aumenta a atratividade dos Treasuries, tendendo a fazer com que a busca por ativos de risco – como ações – fique em segundo plano.
"O tema mais alto por mais tempo do Fed, conforme destacado nas notas da ata divulgadas ontem, está ganhando força, enquanto as perspectivas de uma recessão real diminuíram", comentou a Navallier, que chama atenção para o impacto negativo da escalada dos juros dos Treasuries nas ações de crescimento, muito mais que nas de valor.
Depois de publicar balanço trimestral com lucro por ação e receita maiores que o esperado, a Walmart iniciou o pregão operando em alta, mas terminou com perda de 2,24%.
Também em destaque, a farmacêutica varejista CVS cedeu 8,14% depois de o <i>The Wall Street Journal</i> noticiar que a seguradora de saúde Blue Shield of California deixará de usar o serviço de gestão de benefícios de farmácia da CVS para adotar o da Amazon (-0,81%).
Empresas do setor cripto listadas em Nova York também fecharam em baixa, em consonância com a desvalorização de criptomoedas como o Bitcoin. Caíram Coinbase (-4,35%), Riot (-10,61%), Marathon Digital Holdings (-9,26%) e Block (-2,42%).
Por outro lado, as petrolíferas Chevron e ExxonMobil avançaram mais de 1% com a alta do petróleo. Energia foi o único dos 11 setores do S&P 500 a fechar no azul, com avanço de 1,11%.