Estadão

Bolsas de NY fecham em forte baixa; Nasdaq tem seu pior mês desde a crise de 2008

As bolsas de Nova York tiveram um pregão de forte baixa nesta sexta-feira, e os três principais índices acionários fecharam o dia com quedas entre 2% e 4%. Esta sessão também encerrou um mês de perdas consideráveis para o mercado de ações em Wall Street, em especial no índice Nasdaq, que teve seu pior desempenho porcentual em um mês desde outubro de 2008, marcado pela crise financeira da época. Já o S&P 500 teve seu pior mês desde março de 2020 e seus piores quatro meses iniciais de um ano desde 1939.

A queda desta sexta foi puxada por uma onda de vendas de papéis do setor de tecnologia e telecomunicações, impactado por balanços de grandes companhias, como Amazon e Intel. Incertezas quanto ao crescimento global e a perspectiva de forte aperto monetário nos EUA também pesaram nos índices.

O índice Dow Jones baixou 2,77% nesta sexta, 2,47% na semana e 4,91% no mês, aos 32.977,21 pontos. Já o S&P 500 teve recuo diário de 3,63%, semanal de 3,27% e mensal 8,80%, aos 4.131,93 pontos. Por fim, o Nasdaq encerrou o dia com baixa de 4,17%, a semana com queda de 3,93%, e despencou 13,26% no acumulado de abril, aos 12.334,64 pontos.

Destaque do dia, a Amazon terminou a sessão com variação negativa de 14,05%, após a <i>big tech</i> reportar seu primeiro prejuízo trimestral desde 2015. Apple, que também divulgou resultados na quinta, caiu 3,66%, seguida por Microsoft (-4,18%). Embora os números trimestrais da Intel tenham sido positivos, a previsão da companhia para o mercado de chips semicondutores afastou investidores, e a ação da empresa recuou 6,94%. A Tesla não conseguiu sustentar ganhos e caiu 0,77%, mesmo após a notícia da venda de US$ 8,5 bilhões em ações pelo CEO da montadora, Elon Musk.

As petroleiras ExxonMobil (-2,24%) e Chevron (-3,16%) também reportaram balanços nesta sexta, e o lucro por ação no trimestre passado de ambas as empresas decepcionou acionistas, penalizando os papéis.

"Ações nos EUA não tiveram chance depois que os resultados de empresas de tecnologia de mega capitalização decepcionaram, além de um ganho trimestral recorde para o índice de custo de emprego, observado de perto pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell", afirma o economista da Oanda, Edward Moya. O indicador mencionado pelo analista subiu 1,4% no primeiro trimestre de 2022 ante o anterior, reforçando a perspectiva de um forte aperto monetário na principal economia global, a começar pela decisão da próxima quarta-feira (04).

Também foi divulgado o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida inflacionária preferida pelo Fed e que teve alta anual de 6,6% em março. Já os gastos com consumo subiram 1,1% e a renda pessoal avançou 0,7%, entre fevereiro e março.

O cenário econômico global desfavorável também puxou para baixo os índices nesta sexta. "Com manchetes diárias que incluem o agravamento dos bloqueios na China, a guerra entre Rússia e Ucrânia em andamento, uma desaceleração do crescimento econômico global e altas de várias décadas na inflação, não é de admirar que o humor dos investidores permaneça sombrio", comentou o codiretor de investimentos da Truist, Keith Lerner.

<i>*Com informações de Dow Jones Newswires</i>

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