Estadão

Bolsas de NY fecham em queda, com payroll e potencial aperto monetário do Fed

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta sexta-feira, depois de oscilar entre altas e baixas durante o pregão, com investidores reagindo à publicação do payroll de dezembro nos Estados Unidos e o possível impacto para a política do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O relatório mostrou que a economia dos Estados Unidos criou empregos bem abaixo da expectativa de analistas, mas registrou queda acima da previsão na taxa de desemprego e avanço além do esperado nos salários, reforçando as apostas de aperto monetário.

O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,01%, aos 36231,66 pontos, o S&P 500 recuou 0,41%, a 4677,03 pontos, e o Nasdaq teve queda de 0,96%, a 14935,90 pontos. Na semana, as quedas foram de 0,29%, 1,87% e 4,53%, respectivamente.

Na visão de Edward Moya, analista da Oanda, o payroll "exigia um bom olhar em todos os números", já que "Wall Street está se concentrando nas impressões robustas com salários e taxa de desemprego".

Seguindo a publicação, as expectativas por elevação de juros avançaram, e CME Group mostrava 73,1% de apostas de alta de juros de 25 pontos-base em março pelo Fed, ante 70,7% na quinta-feira. A taxa de desemprego caiu de 4,2% para 3,9% e, segundo Moya, o problema da escassez de mão de obra está forçando empregadores a aumentar os salários e, com a taxa de desemprego melhorando para o melhor nível desde fevereiro de 2020, o Fed pode dizer que os EUA estão a pleno emprego.

Para o CIBC, um cenário em que o Fed atrase o aperto da política monetária e suba pouco os juros no médio prazo oferece mais riscos ao mercado de ações do que a normalização monetária atualmente em discussão. O banco canadense afirma que, caso o Fed não reduza consideravelmente os estímulos e suba o juro entre 150 a 200 pontos-base pelos próximos dois anos, uma mudança para uma postura mais acomodatícia em meio a um eventual choque negativo na economia pode não ser muito eficaz em acalmar os mercados.

De olho na potencial alta de juros, bancos avançaram, com destaque para Wells Fargo (+2,13%) e Bank of America (+2,18%).

Já as ações de tecnologia operaram pressionadas, o que representou maiores quedas para Tesla (-3,54%) e Netflix (-2,21%).

No caso da gigante do entretenimento, o recuo na comparação semanal superou os 10%. Outro elemento observado pelas empresas de tecnologia, a queda nas criptomoedas, pressionou a Coinbase, que caiu 0,71%.

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