Estadão

Bolsas de NY fecham mistas, com Treasuries provocando rotação de techs para bancos

As bolsas de Nova York fecharam sem sinal único nesta terça-feira, 23, com a escalada dos juros dos Treasuries provocando uma rotação de ações do setor de tecnologia em direção ao financeiro. O movimento na renda fixa responde a ajustes nas expectativas para elevação da taxa básica de juros nos Estados Unidos, um dia após o presidente americano, Joe Biden, indicar Jerome Powell a um segundo mandato à frente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

De acordo com dados preliminares, o Dow Jones fechou em alta de 0,55%, a 35.813,80 pontos, o S&P 500 subiu 0,17%, a 4.690,70 pontos, enquanto o Nasdaq caiu 0,50%, a 15.775,14 pontos.

Para a LPL Markets, o presidente Joe Biden escolheu a continuidade e a familiaridade com as nomeações para o Fed. "Jerome Powell em vez de Lael Brainard é o que os mercados esperavam, então achamos que os mercados estão aliviados porque a incerteza da liderança do Fed agora está fora do caminho", avalia a consultoria. Para o Brown Brothers Harriman, a decisão de Biden de reconduzir Powell foi vista como "marginalmente hawkish", já que Brainard é considerada mais dovish em alguns assuntos.

De acordo com monitoramento feito pelo CME Group, pela manhã, as apostas de operadores de mercado em alta de juros nos EUA em maio somavam 54,6%. De olho no movimento, Bank of America (+2,64%), JPMorgan (+2,39%), Goldman Sachs (+2,37) e Wells Fargo (+2,11%) avançaram.

Por outro lado, Edward Moya, analista da Oanda, nota que o Nasdaq "está sendo punido à medida que os investidores reduzem suas apostas em empresas de tecnologia", o que é influenciado pelo aumento com as preocupações com as margens lucro, e os rendimentos dos Treasuries, que continuam subindo.

Durante parte da sessão, a queda do índice ficou acima do 1%. O destaque entre as quedas foi a Tesla, que perdeu 4,14%. Já a Zoom despencou 14,71%, no que Moya justificou como uma "ira de analistas", que cortaram suas metas de preços depois que os lucros e as projeções levantaram preocupações com o crescimento.

Entre os setores de destaque, as petroleiras avançaram, em dia marcado pela alta no barril e o anúncio da liberação de 50 milhões de barris de reservas especiais pelo governo dos EUA para tentar conter os preços finais dos combustíveis. ExxonMobil (+2,33%), Chevron (+2,11%), Occidental Petroleum (+6,11%) e ConocoPhillips (+2,63%) avançaram.

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