Estadão

Bolsas de NY fecham perto da estabilidade, observando inflação e Fed

As bolsas de Nova York fecharam perto da estabilidade nesta quarta-feira, em sessão marcada pelo foco nas pressões inflacionárias nos Estados Unidos e na postura de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Depois dos comentários feitos na terça pelo presidente do Fed, Jerome Powell, que indicou que a alta da inflação no país tende a ser transitória e descartou aumento de juros de forma preventiva, outros membros da instituição se manifestaram nesta quarta, sugerindo que pode haver um avanço mais permanente nos preços.

Observando o tema, ações de bancos tiveram alguns dos ganhos mais relevantes na sessão. O cenário foi suficiente para que o Nasdaq renovasse a máxima histórica de fechamento pelo segundo dia consecutivo.

No fechamento, o Dow Jones caiu 0,21%, a 33.874,24 pontos, o S&P 500 recuou 0,11%, a 4.241,84 pontos, e o Nasdaq registrou ganho de 0,13%, a 14.271,73 pontos.

"As ações dos EUA estão se estabilizando enquanto os investidores esperam para ver a atual onda de pressões inflacionárias", aponta Edward Moya, analista da Oanda.

Na terça, "as ações se recuperaram rapidamente da onda de vendas induzida pelo Fed na semana passada, com os investidores percebendo que as taxas de juros não irão se modificar tão cedo", aponta o economista.

No entanto, nesta quarta o presidente da distrital de Atlanta do Federal Reserve, Raphael Bostic, previu uma elevação da taxa básica de juros no final de 2022 e outras duas em 2023, o que pressionou os mercados. Por outro lado, observando o tema, Goldman Sachs (+0,98%), Bank of America (+0,60%), Citigroup (+1,00%), JPMorgan (+0,61%) e Wells Fargo (+0,96%) subiram.

Sobre inflação, um dia após Powell amenizar a cautela nas mesas de operações, Bostic endossou os argumentos, mas ponderou que a tendência de pressão nos preços deve se estender por um período mais longo do que o previsto inicialmente, possivelmente nove meses. A diretora do Fed Michelle Bowman, por sua vez, advertiu que os fatores que elevam a inflação – notadamente gargalos na cadeia produtiva – podem "demorar algum tempo" para ser resolvidos.

Entre as empresas, um dos principais avanços veio do Twitter, que subiu 4,25%, impulsionando o Nasdaq. Na comparação semanal, as ações da companhia já se valorizaram 10,95%, enquanto novas estratégias de monetização da rede social vem sendo anunciadas, como a cobrança por publicações. Outro avanço de destaque foi da Tesla, que subiu 5,27%. Os papéis da fabricante de carros elétricos vem tendo resultados atrelados ao bitcoin, que operou em alta nesta quarta. Neste cenário, a corretora Coinbase teve ganho de 1,59%.

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