As bolsas de Nova York fecharam um pregão instável com ganhos modestos nesta sexta-feira, após o contraponto entre o payroll forte e dado de serviços aquém do esperado nos Estados Unidos dificultar o alinhamento das apostas sobre o ciclo de relaxamento monetário do Federal Reserve (Fed).
Assim, o índice Dow Jones encerrou em alta de 0,07%, aos 37.466,11 pontos; o S&P 500 subiu 0,18%, a 4.697,24 pontos; e o Nasdaq avançou 0,09%, aos 14.524,07 pontos. Na semana, houve perdas de 0,59%, 1,52% e 3,25%, respectivamente.
Wall Street enfrentou dificuldade para convergir a um direcionamento uniforme ao longo do dia, sob pressão na abertura após a surpreendente criação de empregos apontada no relatório payroll de dezembro. Depois do indicador, a curva futura reduziu sensivelmente a ainda majoritária expectativa por corte de juros do Fed em março, conforme indicou a plataforma de monitoramento do CME Group.
O movimento, no entanto, se reverteu pouco tempo depois, quando o Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) revelou que o índice de gerentes de compras (PMI) caiu a 50,6 em dezembro, em nível bem abaixo das previsões de analistas.
Para a Pantheon Macroeconomics, o resultado fornece mais uma evidência de que a atividade sente os efeitos defasados da agressiva campanha de aperto monetário conduzida pelo banco central americano. "Mas o ruído nos números mensais significam que ainda é muito cedo para firmar conclusões firmes", pondera.
Ao sabor das oscilações nas apostas para o Fed, os negócios acionários ficaram instáveis. Na reta final, a escalada dos rendimentos dos Treasuries contribuiu para o fechamento sem muito brilho dos índices.
A ação da Apple caiu 0,40%, diante de uma reportagem do <i>The New York Times</i> que revelou uma investigação no Departamento de Justiça (DoJ) dos EUA sobre possíveis práticas antitruste da fabricante do iPhone.
Mesmo assim, houve pontos positivos em alguns segmentos do mercado. Na máxima do dia, o índice financeiro do S&P 500 alcançou maior nível desde março de 2022, em meio ao crescente otimismo em relação ao desempenho dos papéis de bancos. No fim, Goldman Sachs (+0,91%) e Bank of America (+1,86%) estiveram entre os destaques.