As bolsas de nova York fecharam a segunda-feira, 11, sem direção única, com o índice Nasdaq em alta, o S&P praticamente estável e o Dow Jones em queda. Em meio ao otimismo pela reabertura de negócios nos Estados Unidos e Europa, pesaram as incertezas quanto a uma segunda onda de infecção por covid-19, devido à flexibilização do isolamento social. Diante disso, o mercado oscilou, segurando o apetite por risco que vinha em alta na semana anterior.
O Dow Jones fechou em queda de 0,45%, a 24.221,99 pontos. Já o S&P 500 fechou em leve alta de 0,01%, aos 2.930,19 pontos. O Nasdaq subiu 0,78%, a 9.192,34 pontos. As ações de tecnologia deram um impulso neste último: Microsoft fechou em valorização de 1,12%, Apple subiu 1,57% e Alphabet (Google), 1,39%. Por outro lado, os papéis da Boeing apresentaram queda de 3,39%, enquanto as petrolíferas refletiram a crise de demanda, com a Chevron perdendo 2,20% e a Exxon Mobil se desvalorizando 0,95%.
Novos focos de infecção por coronavírus na Ásia surgiram como balde de água fria nos mercados. A China relatou hoje a ocorrência de 17 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas, inclusive na cidade de Wuhan, onde o surto teve início. A Coreia do Sul, país em que o combate à pandemia foi considerado um sucesso, voltou a adotar medidas de isolamento, após 34 novos casos de coronavírus no país. Com isso, investidores começaram a vislumbrar a tão temida segunda onda da doença, que pode forçar a retomada de medidas de isolamento social, aprofundando a recessão. Uma entidade também destacou riscos para vários Estados americanos, na retomada da atividade.
Para a LPF, "o mercado de ações dos EUA esteve lutando para manter os ganhos da semana passada" na manhã de hoje, mas havia "preocupações constantes sobre os riscos associados à reabertura das economias".
Especulações de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) poderá adotar taxas de juros negativas para apoiar a economia local também movimentaram o mercado. Para a Capital Economics, no entanto, as chances de o Fed adotar taxas negativas são baixas. "Os bancos centrais que tinham taxas negativas antes da pandemia não empurraram suas taxas para abaixo de zero, enquanto alguns bancos centrais anglo-saxões praticamente descartaram a possibilidade", explica a instituição, afirmando que taxas negativas são um tiro no escuro.
No cenário geopolítico, investidores acompanharam as relações sino-americanas. Assessor de Comércio da Casa Branca, Peter Navarro, elevou o tom contra a China e voltou a responsabilizar o país pela pandemia, dizendo que Pequim "fez um mal ao mundo", seguindo na linha do presidente Donald Trump, que fez declaração semelhante na noite de ontem.
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