Estadão

Bolsas de NY fecham sem sinal único, com dados mistos dos EUA no radar

As bolsas de Nova York fecharam sem sinal único, nesta quinta-feira, 16, após um pregão marcado pela volatilidade. No radar dos investidores, estiveram os dados mais recentes de varejo e auxílio-desemprego nos Estados Unidos. As dúvidas sobre a recuperação econômica e o impacto das decisões do Federal Reserve (Fed) impediram a maior busca por risco nesta sessão, segundo analistas.

No fechamento, o Dow Jones caiu 0,18%, a 34.751,32 pontos, o S&P 500 recuou 0,16%, a 4.473,75, enquanto o Nasdaq registrou alta de 0,13%, a 15.181,92 pontos.

Analista da Oanda, Edward Moya definiu como "complicado" o tema da aversão ao risco hoje. "As ações dos EUA estão em baixa em todas as áreas, à medida que os investidores aguardam para ver se a economia permanece robusta e se as pressões sobre os preços continuam a diminuir", disse o analista.

As vendas no varejo dos Estados Unidos cresceram 0,7% em agosto ante julho, segundo o Departamento do Comércio. O resultado contrariou a expectativa de queda feita por analistas. "O consumidor americano parece forte agora, mas preços mais altos e menos apoio governamental pesarão sobre as perspectivas para o resto do ano", disse Moya.

Na avaliação da Capital Economics, apesar da surpresa positiva com o indicador, o detalhamento dos números é bem menos otimista. A disseminação da variante delta do coronavírus claramente afetou os resultados, segundo a consultoria. Pelos seus cálculos, o aumento real do consumo nos EUA em agosto foi de 0,5%.

Ainda entre indicadores, o Departamento do Trabalho informou que o número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA subiu em 20 mil, a 332 mil na última semana, enquanto a expectativa era de alta a 320 mil solicitações.

Em relatório, a Stifel considera que os fatores que mantêm trabalhadores em potencial afastados do mercado parecem ser os mesmos que sustentam um ritmo positivo dos gastos. "Ou seja, um colchão de riqueza acumulado devido a meses de benefícios de desemprego indiscutivelmente generosos, uma moratória de despejos e o novo crédito tributário infantil aprimorado", citam seus analistas. As questões que permanecem, segundo eles, são até quando durarão essas poupanças e por quanto tempo os trabalhadores seguirão sem reintegrar a força de trabalho. De acordo com a empresa, "indicações anedóticas" sugerem que pelo menos alguns trabalhadores não planejam procurar emprego até depois do primeiro dia do próximo ano.

Em relação ao Federal Reserve, as notícias de hoje giraram em torno de revisões internas das regras sobre operações no mercado financeiro por parte de sua equipe. Depois de notícia divulgada pelo <i>The Wall Street Journal</i> na semana passada, sobre o volume expressivo movimentado pelos presidentes do Fed de Boston, Eric Rosengren, e de Dallas, Robert Kaplan, a senadora democrata Elizabeth Warren escreveu aos líderes das regionais pedindo a revisão das normas do banco central. Hoje, o Fed anunciou que a equipe do Conselho irá adotar uma "nova e abrangente" avaliação de suas regras éticas.

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