Estadão

Bolsas de NY ficam mistas, com perspectiva de recessão e mais altas do Fed

As bolsas de Nova York fecharam majoritariamente em queda, diante do recrudescimento da perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) será mais agressivo e manterá juros altos por mais tempo que o esperado. Além disso, a busca por sinalizações do BC americano nos comentários dos dirigentes da entidade continuaram nas mesas de operações, à medida que as preocupações com a possibilidade de recessão global aumentam.

O índice Dow Jones encerrou a sessão em alta de 0,39%, a 33.826,69 pontos – puxado pelo setor de serviços básicos e saúde, como papéis da UnitedHealth (2,41%) e Johnson & Johnson (1,36%). Já o S&P 500 caiu 0,28%, a 4.079,09 pontos; e o Nasdaq recuou 0,58%, a 11.787,27 pontos.

Hoje, o Bank of American (BofA) estendeu o horizonte previsto para os aumentos de juros do BC americano e agora espera um aumento adicional de 25 pontos-base em junho. Para o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Hemisfério Ocidental, Andrew Hodge, o Fed precisa continuar elevando as taxas de juros este ano para poder "domar" a inflação nos Estados Unidos, sobretudo no setor de serviços, que somente deve cair com a desaceleração do aumento de salários.

"Os investidores estão mais abalados com a perspectiva de mais aperto do Fed. Não são apenas as expectativas do Fed que estão subindo, investidores também esperam que o Banco Central Europeu (BCE) envie taxas muito mais altas. Parece que o crescimento global certamente sofrerá um golpe mais duro, já que a política monetária se torna ainda mais restritiva nos próximos meses", analisa Edward Moya, da Oanda.

Para derrubar a inflação de volta à meta de 2% nos Estados Unidos, o BC americano teria que "esmagar" a economia americana, alertou o principal conselheiro econômico da Allianz, Mohamed El-Erian. Por outro lado, em entrevista ao <b>Broadcast</b>, Barry Eichengreen, professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, destaca que o Fed pode elevar os juros para 5,75% neste ano, mas ainda assim é possível que os EUA não ingressem em uma recessão neste ano.

Entre os dirigentes, presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, disse que apoia o aumento de 0,25 ponto porcentual na taxa de juros do banco central neste mês nos Estados Unidos. Já a diretora da instituição Michelle Bowman disse que o Fed deve continuar aumentando as taxas de juros para reduzir a inflação, que continua "alta demais".

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