Estadão

Bolsas de NY iniciam 2023 no vermelho; Tesla despenca 12% e Apple cai quase 4%

Após uma abertura positiva, as bolsas de Nova York encerraram o primeiro pregão de 2023 no vermelho, com investidores ainda preocupados com os riscos de recessão global em meio ao processo de aperto monetário dos grandes bancos centrais e dúvidas quanto aos impactos da nova onda de covid-19 na Ásia, em especial na China. A divulgação, nesta quarta, 4, da ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) e na sexta-feira do payroll também contribuem para a cautela no mercado.

"É muito cedo para começar a apostar em uma guinada do Fed este ano e isso deve tornar esse ambiente difícil para as ações", afirma o analista da Oanda, Edward Moya. O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,03%, aos 33136,37 pontos, acompanhado pelo S&P 500, que baixou 0,40%, para 3824,14 pontos, e pelo Nasdaq, que cedeu 0,76%, aos 10386,98 pontos.

Dos 11 subíndices do S&P 500, seis terminaram no negativo. O setor de energia se destacou com uma queda de 3,63%, acompanhando o tombo de mais de 4% do petróleo nesta sessão. As ações Chevron, ExxonMobil e Occidental Petroleum perderam mais de 3% neste pregão.

Mas o grande tombo do dia ficou com a Tesla, que despencou 12,24% depois que a empresa informou ter entregue em 2022 menos veículos do que o planejado, alimentando dúvidas quanto às vendas em 2023. Já as ações da Apple caíram 3,74%, após circular no mercado rumores de que a empresa poderá cortar produção devido à fraca demanda.

Empresas com uso intensivo de tecnologia, que demandam altos financiamentos para o desenvolvimento de suas operações, tendem a continuar pressionadas enquanto o ciclo de aperto monetário do Fed não chega ao fim. Para o Citi, o Fed deve manter pelo menos na próxima reunião de política monetária o ritmo de alta de juros em 0,50 ponto porcentual, devido aos riscos inflacionários ainda existentes.

Para analistas do Oppenheimer, apesar das pressões, 2023 ainda pode ser um ano de ganhos para o mercado acionário americano. "Continuamos a ver "o copo meio cheio" com o fim de um período de "dinheiro grátis" e a superestimulação da economia sugere que tempos melhores podem vir para os mercados de ações e títulos à medida que o ano novo avança", avaliam, reiterando seu preço-alvo de 4400 pontos para o S&P 500 no fim deste ano.

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