A maioria das bolsas de Nova York fechou em queda nesta sexta-feira, 28, encerrando a pior semana para elas desde outubro de 2008. Com economistas falando em retração do crescimento mundial com o coronavírus, investidores mantiveram a aversão a risco, liquidando ações. Declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, no final do dia (horário de Brasília) ajudaram a reduzir as perdas. Powell afirmou que a instituição agirá "conforme apropriado", diante do risco que o surto representa.
O índice Dow Jones fechou em queda de 1,39%, em 25.409,36 pontos, reduzindo cerca de 640 pontos de perdas nos últimos 20 minutos de negociação. O S&P 500 teve baixa de 0,82%, a 2.954,22 pontos. O Nasdaq, por sua vez, chegou a virar para o positivo, fechando praticamente estável em leve alta de 0,01% a 8.567,22. Na comparação semanal, o Dow Jones recuou 12,35%, o Nasdaq cedeu 10,54% e o S&P 500, 11,49%.
Destaque para as ações do Facebook, que subiram 1,43%, e da Microsoft, que recuperou parte do tombo do dia anterior, apresentando valorização de 2,42%. Já a ação da Apple chegou a entrar em bear market, com uma queda de 20% ante o pico mais recente, durante o pregão. O ritmo de queda foi reduzido próximo ao fechamento do pregão e o papel da companhia fechou em baixa de 0,06%. Já as ações da Boeing caíram 4,33%.
O índice VIX de volatilidade, considerado um "medidor do medo" nos mercados, atingiu hoje 49,48 pontos, a máxima desde 2009, mas estava em 42,29 pontos no horário de fechamento das bolsas.
O mercado acompanhou hoje também as falas do Presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, que não vota nas decisões de juros, dizendo que mais cortes nos juros dos Estados Unidos "são uma possibilidade", se surto de coronavírus se aproximar da escala da gripe comum. O diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, também tentou acalmar os mercados, afirmando que os riscos de impacto do surto de coronavírus na economia do país são baixos, numa situação atual bem diferente de 2008.
Em relatório enviado a clientes, o ING afirma que "o Fed está de mente aberta" e, com uma liquidação no mercado de ações ganhando impulso, "as perspectivas de um corte nas taxas de março estão subindo". "A sensação de que os EUA estão cada vez mais vulneráveis ao Covid-19 está levando a uma reavaliação das perspectivas econômicas, e isso pode significar mudança na política do Federal Reserve", acrescenta o ING.
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*Fonte: Com informações da Dow Jones Newswires