As bolsas de Nova York reverteram os ganhos de mais cedo e fecharam em baixa nesta sexta-feira, 4, após se deteriorarem à tarde, com a piora da ação da Apple após balanço ajudando a minar o apetite por risco. Assim, Wall Street encerra com perdas firmes uma semana marcada pelo rebaixamento no rating dos EUA pela Fitch, que inspirou cautela nos mercados.
O índice Dow Jones fechou com queda de 0,43%, a 35.065,62 pontos; o S&P 500 cedeu 0,53%, a 4.478,07 pontos; e o Nasdaq recuou 0,36% a 13.909,24 pontos. Em relação à sexta-feira passada, 28, as baixas foram de 1,11%, 2,27% e 2,85%, respectivamente.
As bolsas operaram em alta em boa parte do dia, impulsionadas pelo relatório de emprego dos EUA, o payroll, que fez aumentarem as apostas em uma pausa no ciclo de aperto do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). No entanto, o otimismo deu lugar à cautela ao longo da tarde.
O movimento ocorreu paralelamente à piora do desempenho da Apple, na esteira da publicação dos seus resultados trimestrais. A fabricante de iPhone reportou na quinta-feira a sua maior sequência trimestral de queda na receita desde 2016.
O papel da empresa – que é a maior em capitalização de mercado na bolsa – caiu 4,80%, fazendo o valor de mercado da companhia ceder mais de US$ 120 milhões e chegar a US$ 2,86 trilhões. Com isso, a Apple perde a marca histórica de ser a única empresa com US$ 3 trilhões em valor de mercado.
Na outra ponta do Dow Jones, a bio-farmacêutica Amgen (5,45%) subiu após o seu balanço superar expectativas. Entre os 11 setores do S&P 500, 9 fecharam em queda, sendo o de tecnologia o com a maior perda (-1,49%).
Além do payroll, os mercados reagiram também a outros acontecimentos globais da semana, como "o rebaixamento de rating do EUA, a fraqueza econômica da China e as expectativas mundiais de inflação", disse Gabriel Ribeiro, trader do Braza Bank.