As Bolsas dos Estados Unidos tiveram as maiores perdas em uma só semana desde a crise de 2008, diante do crescente número de casos de coronavírus fora da China e o aumento do temor do impacto econômico da doença. Nem mesmo uma declaração do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, deu alívio aos negócios. Ele disse que a instituição está preparada para apoiar a economia do país. No Brasil, o Ibovespa teve a maior queda semanal em quase nove anos.
O índice Dow Jones caiu 1,39% ontem e desabou 12,36% na semana. O S&P 500 mergulhou, respectivamente, 0,82% e 11,49%. O Nasdaq terminou a sessão estável, mas cedeu 10,54% na semana.
Tamanho o estrago no mercado financeiro fez com que as autoridades americanas explicitassem que estão prontas para tomar medidas se a chamada economia real for afetada.
"O Fed monitora de perto os acontecimentos e suas implicações para a perspectiva econômica", escreveu Powell em um comunicado, destacando que o coronavírus "representa riscos em andamento para a atividade econômica".
A fala foi interpretada por operadores e analistas como uma sinalização de que o Fed vai baixar ainda mais os juros – as taxas estão atualmente no intervalo de 1,50% a 1,75%.
Antes mesmo do pronunciamento de Powell, o Bank of America Merrill Lynch passou a prever uma redução de 0,5 ponto porcentual nos juros americanos no meio de março, como forma de diminuir o "pânico do mercado". O Goldman Sachs, por sua vez, agora estima três cortes de juros até junho.
<b>Mercado local
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No Brasil, o Ibovespa teve uma reação ontem, depois de quatro sessões consecutivas de queda. O índice chegou a terminar na máxima do dia, com valorização de 1,15%, aos 104.171,57 pontos. Na semana, contudo, a baixa foi de 8,37%, a maior queda desde agosto de 2011 – auge da crise da dívida na periferia da zona do euro.
O que ajudou a impulsionar o índice na sessão de ontem foi o desempenho dos grandes bancos brasileiros. Na opinião de analistas, as quedas recentes nestas ações foram muito severas. Os papéis ordinários do Bradesco subiram 2,40% e os preferenciais do Itaú Unibanco avançaram 2,99%.
No câmbio, o dólar chegou a bater o nível máximo de R$ 4,5141, mas terminou o dia com suave valorização de 0,05%, a R$ 4,4785. Ainda assim, a moeda americana renovou o recorde nominal de fechamento do Plano Real.
Para acalmar o mercado de câmbio, nesta semana, o BC injetou US$ 2,5 bilhões, adicionalmente às operações de rotina. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>