Economia

Bolsas europeias caem, pressionadas por setor automotivo e tensão global

As principais bolsas da Europa encerraram o pregão desta quinta-feira, 24, em queda, pressionadas pelo mau desempenho das ações do setor automotivo e também pelas renovadas tensões com a economia global. O índice pan-europeu Stoxx 600 terminou em baixa de 2,12%, aos 339,63 pontos, o menor patamar desde 9 de janeiro.

O risco de uma desaceleração global mais acentuada provocou mau humor nos mercados nesta quinta-feira. Dados fracos da indústria da China e do Japão divulgados nos últimos dias desanimaram o sentimento dos investidores e se somaram às preocupações de bancos centrais a respeito do ritmo de expansão da economia no planeta.

Mas o noticiário corporativo também teve forte peso.

As ações da Volkswagen, negociadas na bolsa de Frankfurt, subiram 0,58%, apesar das notícias de manipulação de testes de emissão de poluentes de seus carros a diesel. Hoje, o Wall Street Journal informou que o novo executivo-chefe da companhia pode ser o CEO da Porsche, Matthias Müller. Na quarta-feira, Martin Winterkorn pediu demissão do cargo, aceitando a responsabilidade pelas irregularidades descobertas.

No entanto, o escândalo da Volkswagen arrastou para o terreno negativo os papéis de companhias automotivas em todo o continente, sob a suspeita de que essas empresas também teriam manipulado seus testes.

Os papéis da BMW cederam 5,15%, liderando as perdas do índice DAX, de Frankfurt, que fechou em baixa de 1,92%, aos 9.427,64 pontos. Ainda na bolsa alemã, a Daimler caiu 4,43% e a fabricante de pneus Continental teve desvalorização de 3,18%.

Na bolsa de Paris, as ações da Peugeot recuaram 3,67% e as da Renault perderam 1,80%. O índice CAC-40 terminou em queda de 1,93%, aos 4.347,24 pontos.

A forte queda dos papéis da montadora Fiat Chrysler (-7,50%) prejudicou o desempenho da bolsa de Milão, que fechou em queda de 2,31%, aos 20.581,83 pontos.

As ações de mineradoras também recuaram violentamente na sessão, em meio aos temores com a economia da China. Os papéis da Glencore caíram 9,62%, os da Anglo American perderam 5,09% e os da Rio Tinto cederam 1,64%, prejudicando o desempenho da bolsa de Londres. O índice de referência britânico FTSE-100 terminou em baixa de 1,17%, aos 5.961,49 pontos.

Na bolsa de Madri, as negociações foram altamente afetadas pelas expectativas com o referendo separatista na Catalunha, que será realizado no domingo. Os papéis do banco Santander caíram 3,33% e os da empresa de energia Abengoa perderam 3,79%. O índice espanhol IBEX 35 recuou 1,93%, aos 9.291,40 pontos.

Na esteira do mau humor generalizado, a bolsa de Lisboa caiu 1,44%, para 4.958,21 pontos, pressionada pelas ações da Galp Energia (-2,38%) e do banco BCP (-2,47%). (Com informações da Dow Jones Newswires)

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