Economia

Bolsas europeias divergem com BoJ e notícias corporativas em foco

As bolsas europeias fecharam sem sinal único nesta quinta-feira, 28, mas se recuperaram das quedas mais fortes registradas mais cedo. A falta de novidades do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) frustrou investidores, mas o foco também esteve em notícias corporativas, com mineradoras em destaque. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,09% (0,33 ponto), em 348,65 pontos.

No início do dia na Europa, o fato de o BoJ ter decidido nesta madrugada manter a política monetária pesou. Ainda que continue a haver expectativa por mais medidas adiante, o fato de não ter havido novidades no Japão não ajudou os papéis europeus. Nos Estados Unidos, dados oficiais mostraram nesta manhã que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 0,5% na taxa anualizada no primeiro trimestre, abaixo da expectativa de alta de 0,7% dos economistas. Se por um lado mostra maior fraqueza na economia norte-americana, o dado também pode reforçar a avaliação de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA)b o banco central norte-americano, será paciente na trajetória de aperto da política monetária. Ontem, o Fed manteve a política monetária e disse que aparentemente a atividade econômica desacelerou nos EUA, ainda que também tenha afirmado que o quadro no exterior preocupava menos que na reunião anterior.

Na agenda de indicadores da Europa, o índice de sentimento econômico da zona do euro subiu de 103 em março para 103,9 em abril, acima da expectativa dos analistas, de 103,4, e na primeira alta em três meses. Na Alemanha, a taxa de desemprego manteve-se em 6,2%, como previsto, e o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) caiu 0,2% no mês em abril e subiu 0,1% no ano, também conforme o esperado.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou praticamente estável, em alta de 0,04%, em 6.322,40 pontos. Mesmo após a decepção com o BoJ, os negócios foram sustentados com uma alta expressiva entre as mineradoras, que têm bastante peso em Londres. Anglo American anunciou a venda de ativos e o papel subiu 8,08%, enquanto Rio Tinto avançou 4,27% após anunciar a recompra de US$ 1,359 bilhão de dívida. Glencore teve alta de 2,25%. A petroleira BP fechou praticamente estável, em queda de 0,04%, e Lloyds Banking Group recuou 1,65%, após o balanço do banco mostrar uma forte queda no lucro líquido no primeiro trimestre.

O índice DAX, da bolsa de Frankfurt, fechou em alta de 0,21%, em 10.321,15 pontos, recuperando-se durante o pregão. Deutsche Bank subiu 4%, depois de contrariar a previsão de prejuízo dos analistas e registrar lucro no primeiro trimestre, porém entre as concessionárias E.ON e RWE tiveram baixas de 1,7% e 1,3%, respectivamente.

Em Paris, o índice CAC-40 caiu 0,04%, para 4.557,36 pontos. Airbus teve baixa de 4,6%, após anunciar queda em seu resultado financeiro e admitir problemas no cronograma para produzir o avião militar A400M. Por outro lado, Ipsos avançou 17,07%, após divulgar balanço positivo ontem. Crédit Agricole subiu 0,73%. O mercado local aguarda agora a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) da França nesta sexta-feira.

A bolsa de Milão se destacou, com o índice FTSE-MIB fechando em alta de 1,21%, em 18.976,71 pontos. Entre as mais negociadas, Saipem subiu 12,20%, após um balanço positivo, Telecom Italia teve alta de 2,97% e UniCredit ganhou 4,21%.

O banco espanhol BBVA divulgou balanço fraco, com queda de 54% no lucro no primeiro trimestre, o que frustrou as expectativas e fez o papel cair 6,78% na bolsa de Madri, onde o índice Ibex-35 recuou 0,68%, para 9.269,00 pontos. Entre outros bancos da Espanha, Santander subiu 1,47% e Bankia recuou 1,63%.

Em Lisboa, o índice PSI-20 subiu 1,03%, a 5.102,82 pontos. Entre os papéis em destaque, Banco Comercial Português subiu 6,97% e Galp Energia ganhou 1,54%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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